É quase uma parte essencial do ADN da equipa Sub-21 desde que Rui Jorge assumiu o comando técnico, há mais de uma década: Portugal joga bem. Ou melhor, quer jogar bem, procura jogar bem, entende como jogar bem mesmo que nem sempre possa jogar bem. Foi assim que o conjunto nacional arrancou esta nova fase de qualificação para o Europeu da categoria, depois de mais uma final alcançada e perdida neste caso com a Alemanha na edição passada. E era assim que se propunha continuar nesta campanha, corrigindo aquele que tem sido também o principal defeito nos quatro encontros realizados até agora: a finalização.
“Acho que foi um pouco falta de eficácia mas não é algo que nos preocupe, que nos tire o sono. Sabemos que temos grandes finalizadores, tanto avançados como noutras posições, e isso é o mais importante porque sabemos que criámos oportunidades e, no próximo jogo, vamos concretizar mais. Esperemos conseguir uma vitória por um resultado mais dilatado, assumindo o jogo e à procura de marcar”, resumia na antevisão Vitinha, capitão de equipa e principal referência nacional numa fase em que Rui Jorge continua ainda ausente dos trabalhos após ter contraído Covid-19 antes da viagem para o Chipre.
“O nosso adversário vai exigir o mesmo. Sabemos que é uma equipa aguerrida, que vai dar 100% do que tem e não podemos dar menos do que isso. É isso que vamos fazer”, acrescentara ainda o médio, tendo em vista o reforço da liderança do grupo D de qualificação depois do triunfo da Grécia com a Islândia e das quatro vitórias de Portugal noutros tantos jogos entre uma goleada por claros 11-0 frente ao Liechtenstein e os sucessos pela margem mínima diante de Bielorrússia (casa), Islândia (fora) e Chipre (fora). Prometeu e cumpriu, com os golos a saírem como naquela velha teoria do ketchup onde só faltou cair o primeiro e com o companheiro de equipa Fábio Vieira, eleito o MVP do último Europeu, a assumir também a batuta.
Neste caso, esse primeiro golo demorou apenas seis minutos a aparecer, com Gonçalo Ramos a voltar a picar o ponto aproveitando um corte incompleto após passe de Fábio Vieira para Vitinha para encher o pé e colocar a bola no ângulo. Portugal dominava, estava na frente mas nem por isso abrandava o ritmo do encontro entre várias aproximações perigosas até ao 2-0 que chegou de bola parada, com Fábio Vieira a bater um canto na direita do ataque e Gonçalo Inácio a desviar de cabeça sem hipóteses (21′). Fábio Silva ainda iria falhar uma grande penalidade, permitindo a defesa com o pé de Kittos (29′), e Gonçalo Ramos ainda voltou a ameaçar de cabeça (45+1′) mas o resultado não voltaria a mexer até ao intervalo.
No segundo tempo, Fábio Vieira voltou a dar o mote para 45 minutos ainda de maior rendimento no plano ofensivo da Seleção, marcando o 3-0 num golo fantástico de livre direto logo no arranque da metade final (51′) e assistindo logo de seguida Gonçalo Ramos para o quarto num remate na área descaído sobre o lado esquerdo (53′). O Chipre, que nunca chegou verdadeiramente a entrar na partida, estava de vez rendido ao poderio nacional e viria ainda a sofrer mais dois golos com Gonçalo Ramos a completar o hat-trick com um desvio oportuno na área após assistência de Afonso Sousa (61′), que faria também o passe para o recém entrado Henrique Araújo aparecer de forma oportuna para o 6-0 de pé esquerdo (71′).