Um grupo de adeptos do Borussia Dortmund atacou agentes da PSP no Bairro Alto, em Lisboa, na madrugada desta quarta-feira, arremessando vários objetos, entre os quais cadeiras, aos polícias.
O Comando Distrital da PSP confirmou ao Observador que as sete pessoas detidas eram cidadãos alemães afetos ao clube. No vídeo publicado no Reddit, os adeptos do clube alemão não estavam identificados com a indumentária do clube e trajavam de preto, com a cara escondida. A polícia afirmou, também, que dois agentes ficaram feridos nos confrontos.
Offered the Lisbon police this video to identify people in the assault and the hung up on me ????????♀️
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Uma patrulha da PSP foi chamada na sequência de um grupo que estava a danificar um edifício, ao que apurou o Observador junto de fonte do Comando Metropolitano de Lisboa. O grupo provocou ainda alguns estragos nas esplanadas dos bares da zona do Bairro Alto, e tentou grafitar as paredes das ruas, antes de ser dispersado pelas autoridades.
Vários vídeos dos confrontos entre os alemães e a Polícia de Segurança Pública começaram a circular nas redes sociais, onde é possível verificar a violência dos acontecimentos, e os danos causados pelos desacatos.
A polícia teve dificuldades em controlar os cerca de 50 adeptos envolvidos nos confrontos, sendo que, em alguns vídeos, é mesmo possível ver que os agentes tiveram de recuar perante a investida dos alemães.
Os adeptos do Borussia Dortmund estão em Lisboa para assistir ao jogo do clube alemão com o Sporting, para a Liga dos Campeões, que se joga esta quarta-feira às 20h00 no Estádio José Alvalade.
Moradores do Bairro Alto em Lisboa reiteram pedidos de mais fiscalização e policiamento
O presidente da Associação de Moradores do Bairro Alto voltou esta quarta-feira a pedir mais fiscalização e policiamento naquela zona de diversão noturna da capital, que foi palco, na terça-feira à noite, de desacatos com adeptos do Borussia Dortmund.
Em declarações à agência Lusa a propósito dos desacatos ocorridos no Bairro Alto, Luís Paisana, lamentou a situação e voltou a pedir mais fiscalização e policiamento naquela zona de Lisboa.
“Pensamos que a situação se agravou com a pandemia. Há comportamentos mais excessivos e até mais violentos do que havia. Pedimos e defendemos mais policiamento. Sabemos que há falta de recursos e, portanto, fazem o que podem, mas continuamos com o problema de estarem pessoas na rua a beber e com estabelecimentos abertos que não têm as devidas licenças para poder vender, mas continuam a vender”, disse.
Luis Paisana destacou que muitos não têm espaço dentro dos estabelecimentos, vendendo diretamente para a rua.
“Continuamos a ter também uma série de pessoas a vender nas ruas com mochilas. Portanto, o álcool vai correndo e nós sabemos que, quanto mais álcool, mais comportamentos excessivos e fora do normal há”, disse.
Para o presidente da AMBA, deve existir mais fiscalização sobre os estabelecimentos.
“Tudo isto tinha de ser regulado. Tem de haver mais fiscalização dos estabelecimentos e do consumo, sobretudo deste tipo de estabelecimentos e não daqueles que têm tradição no bairro e estão lá há muitos anos e são conhecidos, mas sim de estabelecimentos mais pequenos, que nem deviam existir, e de venda de álcool que está sempre disponível mesmo depois de os espaços fecharem, o que agrava comportamentos”, sublinhou.
Luís Paisana destacou também a necessidade de haver estabelecimentos de diversão noturna dispersos pela cidade.
“O Bairro Alto, tal como o Cais do Sodré, continua a ser dos poucos sítios em que as pessoas vão à noite. Lisboa devia diversificar, ter mais locais noturnos além destes tradicionais. Os espaços estão concentrados no Bairro Alto e no Cais do Sodré, o que faz com que haja mais pessoas nestes locais, logo mais difícil de controlar mesmo com polícia”, concluiu.
Notícia atualizada às 16h33 do dia 24