Milionários. Disputava-se esta quarta-feira a segunda volta de um duelo do Grupo A da Liga dos Campeões que fez, faz e deverá continuar a fazer mexer muito, mas muito dinheiro. Mais importante para Manchester City e PSG era garantir desde já a próxima fase da Champions. Os ingleses de Pep Guardiola lideravam o grupo com 9 pontos e os parisienses de Pochettino seguiam com 8. Com Club Brugge (4) e Leizpig (1) mais longe, vitória procurava-se esta noite no Etihad Stadium, na cidade de Manchester.
Segundos dados do Transfermarkt, estes dois novos colossos do futebol europeu e mundial são as duas equipas mais valiosas do planeta: o plantel do Manchester City vale 1,08 mil milhões de euros e o do PSG 990,2 milhões. Destes conjuntos, importa ainda destacar os jogadores mais valiosos, de um lado Mbappé (160 milhões) e do outro Grealish e o trintão De Bruyne (100 milhões). Um dos destaques, no entanto, era o aparecimento na convocatória de um atleta que vale agora apenas 10 milhões de euros: Sérgio Ramos, que vários meses depois de chegar ao PSG é finalmente convocado depois de ultrapassar problemas físicos prolongados.
Mesmo com os tais valores colossais, ambos os conjunto estão ainda por vencer a Liga dos Campeões.
Acontecia ainda esta noite, pela sexta vez, um duelo entre Messi e Guardiola, os tais que criaram a engrenagem do tiki taka e que muitos títulos daí tiraram. Leo já era um dos melhores, mas foi com Pep que arrancou para o épico e para a história. “Há jogadores que se sabe para onde vão, direita ou esquerda. Quando Messi tem a bola há incerteza, porque ninguém sabe o que vai fazer”, elogiou Guardiola o seu antigo pupilo, que já o venceu por três vezes desde que se separaram em 2012, incluindo a vitória na primeira volta da fase de grupos da Champions. Além disso, as equipas orientadas pelo espanhol já sofreram sete golos do argentino, que apenas num jogo não marcou.
Os números são ainda mais favoráveis para Messi tendo em contra que frente ao Manchester City marcou cinco golos nos últimos três jogos. Assim, como acontece quase sempre com Leo, o número 30 dos parisienses quer voltar a ser decisivo, com o seu treinador Pochettino a frisar na antevisão que “é importante jogar bem para ganhar e garantir o lugar na próxima fase”. O treinador argentino tem sido um dos apontados ao lugar do recém vagado banco do Manchester United, mas Pochettino não quer ouvir falar disso: “Tenho muito respeito pelo PSG e o que fazem outros clubes não é da minha responsabilidade. Estou muito feliz no PSG e focado em dar tudo pelo clube. Gosto muito dos jogadores e dos adeptos e é um grande clube. Passei toda a minha vida a jogar futebol e há mais de 12 anos que sou treinador. O futebol é um negócio em que os rumores existem, às vezes negativamente, outras vezes pela positiva, e percebo isso, às vezes de forma positiva, outras de forma negativa. Temos de saber viver com os rumores. Penso que já deixei bem claro. Tenho contrato até 2023. Esta época e a próxima. Estou feliz com o PSG. É um facto que não pode ser discutido. Estou feliz em Paris”.
O jogo arrancou em Manchester com quatro portugueses em campo, todos habituais titulares. Bernardo Silva, Rúben Dias e João Cancelo eram os do costume de Guardiola, com Nuno Mendes a ser o dono da esquerda da defesa da equipa de Paris. Ainda nos franceses, Danilo Pereira estava no banco. E foi mesmo Nuno Mendes um dos destaques da primeira parte, ao criar um dos lances mais perigosos numa excelente jogada individual. A partir do seu lado esquerdo, passou dois adversários, conseguiu ganhar espaço para rematar quando chegou perto do terceiro defesa dos citizens rematou de pé direito, mas a bola acabou por sair menos complicada para Ederson do que o que se pedia.
Num dado que pode não ser surpreendente, o Manchester City teve cerca de 55% de posse de bola e mais ataques com hipóteses de criar perigo do que o PSG. Remates à baliza: dois para os ingleses e um para os de Paris. Pelo intervalo o resultado servia aos dois milionários, porque o Leipzig esmagava na Bélgica o Club Brugge por 4-0, um resultado que dava por muito improvável a capacidade dos belgas em ganharem pontos (que podiam ter garantido a continuação nas competições europeias ao ficar em terceiro). Assim, Manchester City e PSG garantiam os oitavos sem muitas complicações.
Mas um jogo entre grandes equipas é sempre um jogo entre grandes equipas e ninguém gosta de perder, muito menos jogadores desta categoria. Passados apenas cinco minutos da segunda parte vieram ao de cima as individualidades de uma das equipas. Num lance que até começou nos pés de Nuno Mendes, o PSG foi avançando com muita qualidade no passe curto e rápido, com Mbappé a fazer golo numa bola que apanhou na área após um corte da defesa do City. O francês apareceu ao segundo poste após uma jogada de combinação entre Herrera, Messi e Neymar, o brasileiro era o destinatário de um passe de golo, mas a bola acabou mesmo em Mbappé, que colocou os forasteiros a ganhar.
O Manchester City de Guardiola demorou pouco mais de dez minutos a chegar ao empate. Se Cancelo é o lateral mais ofensivo da equipa, pela esquerda, é bastante normal que as subidas de Walker pela esquerda, embora mais pela certa, são criadoras de perigo. Foi numa dessas entradas de rompante que um excelente passe de Rodri descobriu o lateral inglês que colocou a bola à mercê dos avançados do City. Acabou por ser Sterling a encostar e a colocar tudo como de início. Depois, mais dez minutos e mais um golo. Desta vez um cruzamento muito perigoso de Mahrez ao segundo poste encontrou Bernardo Silva que com muita calma amorteceu a bola para Gabriel Jesus, que finalizou para o 2-1.
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A calma destes meninos ????#ChampionsELEVEN pic.twitter.com/b6qMZMJyfh
— DAZN Portugal (@DAZNPortugal) November 24, 2021
Até ao final não aconteceram mais golos – podiam ter surgido -, mas o apuramento já estava garantido para ambos os conjuntos. Ficou apenas definido que o Manchester City passa em primeiro e o PSG em segundo. Mais um ano de expetativa, mais um ano de esperança, mais uma época em os adeptos do futebol ficam expectantes para ver o que estes conjuntos (milionários) conseguem, ou não, fazer.