A Polícia Judiciária Militar (PJM) está a investigar um caso de caça ilegal no campo de tiro de Alcochete e admite que em causa possam estar outros crimes que envolvem militares das Forças Armadas, confirmou o Observador. A CNN Portugal avança que no esquema em investigação poderão mesmo estar em causa crimes de corrupção, com favorecimento de empresário para alegados eventos de caça naquele espaço.

Em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu não comentar o caso, mas referiu que “tudo o que seja investigar judicialmente por iniciativa ainda por cima da própria investigação dá credibilidade”. Por sua vez, o ministro da defesa, João Gomes Cravinho, não teceu qualquer comentário sobre o assunto.

A estação televisiva noticia também que o ex-diretor de investigação criminal da PJM, coronel Francisco Vasconcelos, é suspeito de boicotar a investigação, tendo chegado mesmo a alertar os próprios suspeitos de estarem na mira das autoridades.

Em junho, o coronel terá avisado os suspeitos de que haveria uma operação judicial que os visava. Por conseguinte, as buscas perdido o efeito surpresa, além de que, após esse episódio, Francisco Vasconcelos terá sido exonerado do cargo.  

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Neste momento, ex-diretor de investigação encontra-se no Estado Maior da Força Aérea e foi constituído arguido por crimes de favorecimento pessoal, prevaricação, obstrução à justiça ou violação do segredo de justiça.

O local onde ocorreram as caçadas é tutelado pelo Estado Maior da Força Aérea e segundo fonte da Polícia Judiciária Militar ao Observador está a ser alvo de uma investigação há já seis meses. O inquérito foi aberto por caça ilegal, mas as diligências já feitas, entre buscas em vários locais, podem conduzir a uma acusação por outros crimes. A PJM acredita que o caso, que ainda está em segredo de justiça, terá novidades em breve, admite militares arguidos, mas não confirma se já existem e quantos.

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Segundo a CNN, o Ministério Público terá indícios de que estes eventos são organizados e decorrem à revelia do conhecimento do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, o que constituiria por si só uma ilegalidade. Existirão ainda suspeitas de que responsáveis militares possam ter sido favorecidos financeiramente, recebendo contrapartidas, já que os convidados do setor empresarial terão contratos públicos acordados com as Forças Armadas.

A Procuradoria Geral da República tambem já confirmou a existência de um inquérito em segredo de justiça, sem especificar se existem arguidos. A Força Aérea ainda não reagiu nem respondeu às perguntas do Observador.

Notícia atualizada às 22h49