Ganhou, conseguiu o segundo triunfo seguido da equipa na Premier League como há muito não acontecia, não sofreu golos depois de uma longa série sem a baliza a zeros em Old Trafford. Em resumo, isto foi o que sobrou da estreia de Ralf Rangnick pelo Manchester United frente ao Crystal Palace, marcada pela vitória pela margem mínima que reaproximou a equipa do quarto lugar (a posição que nesta fase funciona como objetivo por ser a mais tangível perante o largo avanço de Manchester City, Liverpool e Chelsea). No entanto, houve bem mais a retirar dessa partida, aquelas notas quase de rodapé que nunca acompanham os resultados mas que acabam por ser determinantes para os resultados que se seguem. E foram algumas.

Rangnick mudou os passos da dança mas só foi lá com samba: técnico vence na estreia pelo United com Dalot em destaque

1) a ideia do gegenpressing que Jürgen Klopp enraizou no Liverpool e que Thomas Tuchel adaptou também ao Chelsea vai marcar esta nova era dos red devils (com mais ou menos tempo, só os resultados poderão dizer), com a equipa a apresentar-se bem mais subida em campo e com outra disponibilidade para reagir à perda em zonas adiantadas numa pressão que tem como objetivos recuperar a posse e evitar as saídas em transições; 2) a equipa não tem ainda a capacidade física para esse modelo durante os 90 minutos, o que fez com que a segunda parte fosse pior do que o primeiro tempo (embora o golo tenha surgido nessa fase); 3) o número de jogadores que consegue ter chegada ao último terço aumentou com essa forma de interpretar o jogo e as tentativas de remate também acompanharam essa subida.

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No entanto, e tendo em conta o contexto da receção ao Young Boys com a equipa já apurada e como cabeça de série para os oitavos da Champions e com um calendário pesado até ao início do ano de 2022, a ideia de jogo poderia ficar mas os jogadores seriam outros. E foram, literalmente, 11 jogadores diferentes.

“Preciso de conhecer também os jogadores que não jogaram contra o Crystal Palace. E, ao mesmo tempo, também é inteligente, nesta fase mais complicada do calendário nas próximas semanas e meses, descansar alguns jogadores. Aqueles que entraram no último jogo tiveram uma intensidade muito alta e não é fácil jogar a esse nível sempre com o mesmo grupo de jogadores de três em três dias. Por isso, para mim, faz todo o sentido haver alguma rotação sem perder o foco na vitória. Devemos dar oportunidade a outros jogadores de mostrarem que estão presentes num jogo onde já temos a qualificação e o primeiro lugar assegurados. Quero trabalhar com o máximo possível de jogadores durante a temporada, reduzir o número de lesões nas próximas semanas e colocá-los todos a bordo”, comentara Ralf Rangnick.

Assim foi. E o encontro até começou da melhor forma, com Greenwood a reivindicar um lugar na outra equipa habitualmente titular não só com um grande golo ainda no quarto de hora inicial (9′) mas também com uma série de iniciativas que colocaram o avançado de volta aos bons velhos tempos do início da temporada. Depois, tudo foi diferente. Os suíços empataram por Rieder ainda antes do intervalo (42′) e o guarda-redes Henderson acabou por ser o melhor de uma segunda parte onde o último remate do United foi a mais de meia hora do final e Rangnick aproveitou para lançar uma série de jovens jogadores formados no clube, sendo apenas a quinta vez na história da Liga dos Campeões (e segunda de uma equipa inglesa, depois do Arsenal) que um conjunto lançou em campo um total de seis teenagers num só encontro.