O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu esta sexta-feira que o país tem 115 mil pessoas na pobreza extrema, assumindo o objetivo de a erradicar nos próximos cinco anos.

“Temos em Cabo Verde um número muito grande de pobres, temos cerca de 115 mil pessoas em situação de pobreza extrema e queremos eliminar nos próximos cinco anos essa situação”, disse o chefe do Governo, à margem de uma visita à Cáritas, na cidade da Praia, no âmbito da Agenda Família — Programa de Erradicação da Pobreza Extrema em Cabo Verde.

O governante afirmou que, com a Cáritas, foram definidas “algumas áreas de intervenções prioritárias”.

“Temos trabalho feito e acreditamos que ao estabelecer políticas destinadas às classes mais desfavorecidas estaremos a atacar de frente os problemas sociais”, acrescentou, apontando a creche, os jardins infantis como uma dessas áreas.

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“Queremos garantir que todas as crianças, filhos de pais carenciados em situação de pobreza extrema possam frequentar os jardins”, apontou, para quem o país quer estabelecer boas parcerias, com o objetivo de diminuir o número da pobreza e apoiar as famílias com bens básicos.

O primeiro-ministro revelou que se irá “atuar na área dos cuidados da proteção social de habitabilidade e de reabilitações de casas e acesso a bens básicos, como o acesso à saúde”, esclarecendo que as pessoas terão uma maior sincronização com o serviço nacional da saúde.

O governante apontou que com parcerias entre essas entidades é possível avançarem juntos, porque a igreja tem uma grande vantagem de conhecer no terreno a situação da pobreza no país.

“Já temos alguns trabalhos, queremos que esses trabalhos tenham o foco muito mais forte que seja dirigido às pessoas de situação de pobreza extrema”, salientou Ulisses Correia Silva, concluindo que vão atuar em outras áreas onde possam causar interesse, definindo critérios e afetação de recursos.

Durante a visita, o presidente da Cáritas, o bispo do Mindelo Ildo Fortes, anunciou que o Governo de Cabo Verde em parceria com a Igreja Católica e outras entidades vão definir passos para minimizar o sofrimento e a carências da pobreza material.

“Estamos abertos a colaborar”, disse o presidente da Cáritas, referindo que a igreja tem um trabalho no terreno “longo”, tanto em tempos normais como em temos de crise da pandemia de Covid-19.

Ildo Fortes apontou que a igreja trabalha com amor para o bem comum das pessoas mais carenciadas.

O amor, a caridade nos impele, é por isso que estamos aqui para ver que caminhos vamos percorrer juntos em atenção a um bem maior um bem comum das pessoas no nosso país”, afirmou.

O bispo concluiu que a chegada da pandemia fez com que percebessem que muitas pessoas foram relegadas para o campo da pobreza, devido à perda do emprego e de meios de rendimento.