Depois de duas noites na esquadra de Durban Norte, o ex-presidente do Banco Privado Português, João Rendeiro, foi transferido para a prisão de Westville.
A transferência foi avançada pelo jornal Público na noite de segunda-feira.
A prisão de Westville é uma das maiores da África do Sul, e esteve este ano nas notícias devido ao esfaqueamento de dois guardas prisionais, em julho. De acordo com a imprensa local os guardas foram atacados por detidos que estavam em prisão preventiva.
O ataque foi descrito pelas autoridades como “um ato bárbaro”.
Este não foi um caso único: em 2016 três reclusos foram fatalmente esfaqueados e cerca de 30 ficaram feridos, após conflitos. Estes confrontos foram consequência do clima de instabilidade gerado após a suspensão do diretor da prisão. O News24 descreve um cenário em que “a violência escalou e os gangues entraram em tumulto devido ao encerramento das comunicações e canais de contrabando”.
Os problemas de segurança em Westville são antigos. Já em 2004, o mesmo portal noticiava que as condições na prisão estavam “a deteriorar-se rapidamente, com o homicídio de um recluso nigeriano”, num conflito dias antes, “e a recente fuga de 46 reclusos”.
As prisões sul-africanas estão severamente sobrelotadas e Westville não é exceção. Em julho deste ano, a Business Insider escrevia que esta prisão estava a 130% a sua capacidade.
João Rendeiro foi detido no sábado, na localidade de Umhlanga, perto da cidade de Durban.
Esta segunda-feira era esperado o anúncio das medidas de coação, decretadas pelo juiz, mas a decisão acabou por ser adiada para o dia seguinte, para as 11h, hora local (9h da manhã em Lisboa).
Audição de João Rendeiro adiada para terça-feira. Defesa vai pedir libertação sob fiança
A defesa vai pedir que Rendeiro saia em liberdade, sob fiança. Se pedido for negado, vai recorrer, garantiu a advogada, June Stacey Marks, ao Observador.
Atualizada às 21:35