Depois de muitas vezes dizer que não, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo admitiu pela primeira vez que se poderá vir a candidatar ao cargo de Presidente da República. Numa tertúlia organizada pelo Diário de Notícias, o antigo coordenador da task force para a vacinação da Covid-19 disse que o “futuro a Deus pertence” e que “até lá, muita coisa pode acontecer”. 

“Não se deve dizer que dessa água não beberei”, referiu, acrescentando que o têm aconselhado a proferir esta frase, que caracterizou como “muito forte”. “Não se deve dizer nunca ‘dessa água não beberei'”, repetiu.

Quando desempenhava o seu anterior cargo, Gouveia e Melo indicou que tentou sempre “despolitizar” a figura de coordenador, uma vez que considerava que “o mais importante” era “não envolver a task force numa guerra política”.

Agora, reconhece que continua a não ser um “ator político”, mas que tal poderá vir a mudar. “Neste momento, sou um ator com uma missão e a única coisa em que tenho de estar focado é nessa missão, e não no futuro”, salientou, acrescentando, no entanto, que o futuro “ainda não se realizou”.

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Esta parece ser uma mudança de opinião pela parte de Gouveia e Melo, que, em setembro, tinha dito que “daria um péssimo político”, uma vez que militares têm menos “capacidades de negociação”.

“Não sinto necessidade de dar [o meu contributo] enquanto político, primeiro porque não estou preparado para isso, acho que daria um péssimo político e também acho que devemos separar o que é militar do que é político, porque são campos de atuação completamente diferentes”, disse na altura.

As próximas eleições presidenciais estão marcadas para 2026 e Marcelo Rebelo de Sousa terminará o seu segundo e último mandato.