Passaram duas semanas desde o final mais eletrizante de sempre de um Mundial de Fórmula 1, em Abu Dhabi. Agora, depois de ter havido um pouco de tudo em pista, tem acontecido também um pouco de tudo fora da mesma e de novo com Max Verstappen e Lewis Hamilton no centro das atenções: no lado do novo campeão, o neerlandês brilhou na gala da FIA, esteve nos testes dos novos pneus, apareceu em variadas campanhas, andou em festa, mais recentemente deu um valioso presente ao companheiro Checo Pérez pela ajuda no título; sobre o antigo campeão, pouco ou nada além de ter sido nomeado cavaleiro. E chegaram mesmo os primeiros comentários que colocam em causa a possibilidade de seguir em 2022.

Um final épico, uma volta para a história, a corrida que todos merecíamos: a primeira página de Verstappen apagou a oitava de Hamilton

“Falei há um par de dias com o pai dele [Anthony Hamilton] e disse-me que no imediato não queria falar do futuro do seu filho, falámos apenas de negócios… Eu acho que se vai retirar, que não vai correr no próximo ano. A sua deceção em Abu Dhabi foi demasiado grande e percebo esse estado. Agora que já tem os mesmos sete títulos de campeão de Michael Schumacher, é o momento perfeito para cumprir o seu sonho e abraçar uma carreira como empreendedor na moda”, contou Bernie Ecclestone, antigo patrão da Fórmula 1 e figura conhecida (e polémica) da modalidade, em declarações ao jornal suíço Bilck.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os dias pós-título: Max fala da rivalidade com Lewis, Lewis em refúgio após vitória de Max e F1 revela 145 segundos para a história

“Olhando para o que se passou, o diretor de corridas, Michael Masi, deveria ter evitado alguns problemas com uma bandeira vermelha imediatamente após o acidente [de Latifi]. Dessa forma, teríamos um super final de três voltas. Geriu muito mal as coisas”, acrescentou ainda a figura da Fórmula 1, de 91 anos.

A ameaça passou mesmo à prática: Mercedes apresentou protestos, FIA recusou e Max Verstappen está confirmado como campeão

Haverá neste caso fumo sem fogo? Ninguém nesta fase consegue dizer ao certo se sim ou não. E o próprio tem mantido uma conduta low profile que chegou até às redes sociais, onde nem sequer colocou a habitual mensagem de Feliz Natal e um Bom Ano da praxe. Desde que deixou os Emirados Árabes Unidos, não estando sequer presente na gala da FIA onde seria por protocolo obrigado a estar, Lewis Hamilton foi condecorado com o título de cavaleiro (tornando-se Sir como acontecera antes Jackie Stewart, Stirling Moss, Frank Williams, Patrick Head e Jack Brabham, todos ex-pilotos) e apareceu num filme da Mercedes que funcionava quase como uma despedida a Valtteri Bottas, que no próximo ano estará na Alfa Romeo. A imprensa especializada transalpina garante que o britânico vai voltar, a Mercedes… nem por isso.

Agora sim, o ponto final: Mercedes não recorre, dá os parabéns a Verstappen e Mundial de 2021 está “fechado”

“Todos nós vimo-nos abalados por emoções fortes, sobretudo o Lewis [Hamilton]. Ele era o vencedor do Campeonato do Mundo até à última volta e tiraram-nos tudo no segundo seguinte. É normal que se pense que perdes a fé porque não percebes o que se passou. Está em silêncio porque não tem palavras”, comentou Toto Wolff, diretor da equipa germânica que se sagrou pela oitava época consecutiva a campeã de construtores, numa entrevista à Motorsport-total.com onde não abordou mais nada sobre o futuro.

“Meu, isto foi manipulado”: a comunicação via rádio de Hamilton após ser ultrapassado (e Wolff numa festa depois do protesto)

Em paralelo, o responsável falou também dos dias após o segundo lugar em Abu Dhabi e as reclamações que foram apresentadas à Federação Internacional de Automobilismo. “O Lewis esteve sempre no gabinete comigo e com o resto das pessoas envolvidas e estivemos sempre em constante contacto nesses dias. No terceiro dia foi quando ele foi receber a condecoração. O que lhe disse foi para tirar nesse momento umas horas para prestar homenagem ao trabalho na sua vida e aos resultados até agora, para tirar os momentos mais positivos. Acho que foi isso que ele fez. À tarde falámos por vídeoconferência”, acrescentou sobre os bastidores das decisões que a equipa ia tomando até deixar cair eventuais recursos.