O segundo clássico da temporada entre FC Porto e Sporting, depois da vitória dos dragões no Pavilhão João Rocha naquele que foi o reencontro das equipas após a polémica final da última época, ficava antes da primeira bola ao ar marcado pelo comunicado conjunto de dragões e Federação Portuguesa de basquetebol que dava conta da trégua que os azuis e brancos assumiam depois de duas faltas de comparência na Liga pela nomeação de Fernando Rocha para os encontros com Ovarense e Oliveirense – sabendo que, em paralelo, uma terceira ausência por opção própria faria com que a equipa fosse excluída da competição.

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“A Federação Portuguesa de Basquetebol e o FC Porto analisaram em conjunto a situação decorrente da não comparência do FC Porto a dois dos jogos da Liga Betclic. Foi consensual a conclusão de que desta situação resultam elevados prejuízos para o prestígio da modalidade. No decurso destes contactos, a Federação Portuguesa de Basquetebol manifestou o seu compromisso de intensificar as ações e projetos tendentes à melhoria contínua da qualidade da arbitragem nacional (…) Neste sentido, o FC Porto revoga a sua decisão de não participar em jogos para os quais o Conselho de Arbitragem nomeie algum dos árbitros que lhe mereceram protesto”, advogava a missiva publicada nos sites de ambos.

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Nem todos concordaram com o teor do texto, nomeadamente a Associação Nacional dos Juízes de Basquetebol (ANJB), que destacou em comunicado “não se rever minimamente na forma e no conteúdo do comunicado”, enaltecendo “a necessidade da garantia da autonomia e independência da arbitragem do basquetebol”. “As medidas elencadas pela Federação deixam uma ideia generalizada de falta de transparência, de qualidade e uma necessidade de monitorização por parte dos juízes nacionais do basquetebol”, salientou. No entanto, e com mais ou menos críticas, ficava resolvido um “problema” que ia ensombrando a competição e ficavam centradas atenções no décimo e último clássico do ano civil de 2021.

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No total, as vitórias estavam quase repartidas por metade, com cinco triunfos azuis e brancos e quatro do conjunto leonino, mas o FC Porto a sair por cima no único encontro relativo a 2021/22, já com todas as alterações que foram feitas pelos dois conjuntos sobretudo a nível de jogadores estrangeiros. Era esse o objetivo dos dragões, atrás de leões e do Benfica com três derrotas (duas por falta de comparência e uma com o CAB na Madeira) contra apenas uma dos rivais. No final, a equipa de Moncho López voltou a ser superior ao conjunto de Luís Magalhães, aproximando-se mais um pouco dos lugares cimeiros.

O encontro começou quase a fazer jus aos equipamentos tipicamente de NBA de FC Porto e Sporting (um todo de azul, outro todo de verde): Brad Tinsley e Micah Downs a começarem a brilhar, boa eficácia de lançamento, Travante Williams a aparecer para colocar os visitantes na frente, Odomes a recolocar depois os dragões na frente com o primeiro período a fechar com 22-21 já a dar sinais de algum abaixamento a nível ofensivo das duas equipas. Foi essa a principal tónica no arranque dos segundos dez minutos, com mais turnovers, menor eficácia de lançamento, melhor rendimento das defesas e uma pontuação baixa que só nos últimos minutos foi disfarçada, com o FC Porto a vencer o Sporting ao intervalo por 39-37.

No regresso, os azuis e brancos tiveram uma vantagem de cinco pontos (45-40) mas os leões conseguiram um parcial de 8-1 que conseguiu virar a partida até novo triplo de Odomes. Os avanços eram sempre curtos, as lideranças repartidas e só faltava outra qualidade ofensiva das equipas para melhorar um clássico com grande intensidade mas nem sempre bem jogado, que entrava para os dez minutos finais com os dragões na frente por 52-20 depois de um modesto quarto com 13 pontos para cada. No momento das decisões, a equipa de Moncho López foi sobretudo mais serena, viu os visitantes cometerem mais erros nas alturas proibidas e arrancou para um triunfo sofrido mas importante por 66-59 com magia no final.