886kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Morreu Hugo Maradona. A história do irmão de Diego, que também jogou futebol, viveu em sete países e via El Pibe como "um marciano"

Este artigo tem mais de 2 anos

Com 10 anos, dizia que Diego (9 anos mais velho) era "um marciano". Chegou a jogar nas Seleções jovens da Argentina, foi para Itália (graças ao irmão) mas foi no Japão que mais jogou. Tinha 52 anos.

AS Photo Archive
i

Hugo Maradona (à direita), destro, ao lado do irmão Diego (à esquerda), canhoto, com camisolas da Argentina

Alessandro Sabattini/Getty Images

Hugo Maradona (à direita), destro, ao lado do irmão Diego (à esquerda), canhoto, com camisolas da Argentina

Alessandro Sabattini/Getty Images

Começou cedo no futebol, tal como o irmão, e até foi internacional pelas seleções jovens argentinas — mas não tinha o talento de Diego Armando. Nem perto disso. Ainda assim, jogou em campeonatos da Argentina, Itália, Espanha, Áustria e sobretudo Japão (onde passou várias temporadas), entre outros.

Chamava-se Hugo Maradona, o mundo vai recordá-lo sobretudo como o irmão mais novo de “El Pibe” e morreu esta terça-feira, em Nápoles, onde vivia. Tinha apenas 52 anos. A causa da morte foi um ataque cardíaco.

A notícia começou por surgir nos meios de comunicação italianos mas já foi entretanto confirmada pelo Nápoles, que em comunicado confirmou que “Hugo Maradona morreu” de ataque cardíaco. O comunicado vinca ainda que o presidente do clube, Aurelio De Laurentiis, e a equipa italiana “unem-se à família de Maradona e estão com ela neste momento de dor pela morte do Hugo”.

Nascido em Lanús, o mais novo de sete irmãos (os outros, Diego, Lalo, Ana María, Rita ‘Kity’, Elsa ‘Lili’ e María Rosa), Hugo ganhou a alcunha de “El Turco” e encontrou no meio-campo o seu terreno preferido do relvado. Ainda juvenil, chegou a vestir a camisola albiceleste num Mundial e com sucesso, levando os jornais a entusiasmarem-se com uma “dinastia Maradona” em perspetiva. Viria depois a lançar-se no Argentinos Juniors, de onde saiu em 1987 rumo a Itália e ao Ascoli, da Serie A.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A mudança para Itália aconteceu a pedido do irmão. Diego pedira (ou exigira) ao Nápoles que contratasse Hugo, o que o clube napolitano fez emprestando-o de imediato ao Ascoli. Ao serviço desta formação, Hugo chegou a jogar contra o irmão mais velho, Diego, então estrela do Nápoles e já um astro do futebol mundial.

Hugo não ficaria muito tempo no futebol italiano, porém: nos anos seguintes jogaria no Rayo Vallecano (Espanha), Rapid Viena (Áustria), Deportivo Italia (Venezuela), Progreso (Uruguai), Sagan Tosu (Japão), Avispa Fukuoka (Japão), Toronto Italia (Canadá) e Consadole Sapporo (Japão). Ao todo, viveu e jogou futebol em sete países distintos e passou quase 35 anos dos seus 52 de vida fora do seu país, a Argentina.

"Partita - Una Notte Per Diego" (Match - A Night For Diego)

Hugo Maradona num jogo de homenagem em Nápoles, em maio deste ano, mostrando uma camisola 10 do irmão (que morrera seis meses antes)

Ivan Romano/Getty Images

Baixinho como o irmão — media também menos de 1.70m —, era destro e não canhoto. Já vivia há vários anos em Nápoles, tendo sido treinador de jovens e em escalões secundários do futebol distrital da região e tendo-se casado ali com Paola Morra, de quem teve três filhos: Nicole, Thiago e Melina. Nessa altura, também fora já treinador de futebol em Porto Rico e vivera na Flórida, EUA, onde chegou a abrir uma padaria.

Os Estados Unidos dão-te tudo e tiram-te tudo. Se não entras no sistema é muito difícil viver. Os meus três filhos vivem lá, adaptaram-se muito bem. Eu nunca me adaptei ao sistema. No Japão, pelo contrário, apesar de os primeiros anos terem sido difíceis por causa do idioma e da comida, vivi muito bem. Os japoneses estão muito mais avançados do que nós em todos os sentidos. Vive-se com muito respeito”, dizia este ano ao jornal Clarín.

Esta terça-feira, Hugo Maradona foi encontrado morto em sua casa, no concelho napolitano (e sulista de Itália) Monte di Procida. Os jornais locais afiançam que os serviços de socorro chegaram rapidamente à habitação após receberem o alerta, mas terão encontrado Hugo já morto. O antigo futebolista teria exames cardíacos agendados para breve.

A morte de Hugo Maradona acontece pouco mais de um ano depois da morte do irmão Diego, estrela maior do futebol mundial que morreu a 25 de novembro de 2020.

Em maio deste ano, o jornal argentino Clarín recordava um dia de 1979 em que Hugo, com apenas 10 anos, respondia ao jornalista Eduardo Carpio sobre como era Diego Armando Maradona como irmão: “É o meu melhor amigo, o melhor irmão”. O jornalista perguntava-lhe se queria ser como Diego, que aos 19 anos era já uma estrela do campeonato do seu país e do Argentinos Juniors. Hugo respondia: “Nunca pensei em chegar a isso, porque o meu irmão é um marciano. Nem se pode discutir isso”.

Em maio deste ano, Hugo dizia ao Clarín que continuava com a sua escola de futebol, orientando rapazes com entre 6 e 14 anos, mas a pandemia impedia os treinos e os jogos. Ainda assim, tinha um conselho para os miúdos: “A primeira coisa que lhes digo é que o segredo é simples: treinar, querer a bola e procurar superar-se”.

Nota – Texto atualizado às 18h27

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.