Um grupo de 11 pessoas começou esta terça-feira a ser julgado no Tribunal de Espinho por suspeita de pertencerem a uma rede de tráfico de droga que operava em vários concelhos dos distritos do Porto e Aveiro.
Os arguidos, 10 homens e uma mulher, com idades entre os 26 e 57 anos, estão acusados de um crime agravado de tráfico de estupefacientes e dois deles respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida.
Dois dos arguidos que estão em prisão preventiva confessaram ter traficado droga, mas alegaram que o fizeram durante um período de tempo inferior ao que está descrito na acusação.
Ainda durante a parte da manhã foram ouvidos outros dois arguidos que negaram qualquer envolvimento no tráfico, assumindo apenas que aceitaram guardar a droga em casa.
“Nunca tive benefícios nenhuns. Fazia isso por favor. Foi um grande erro que cometi“, referiu um dos arguidos, que foi encontrado um saco com cerca de um quilo de droga em sua casa.
Uma outra arguida a quem foram apreendidos cerca de 10 quilos de droga negou que esta fosse sua, adiantando que tinha sido um amigo, coarguido no processo, que lhe tinha pedido para guardar “um saco grande com haxixe” na sua casa.
A acusação do Ministério Público (MP) refere que pelo menos desde 2017 e até 2021 os arguidos dedicaram-se à compra e venda a consumidores de produtos estupefacientes, designadamente canábis, cocaína e MDMA (ecstasy).
Em regra, as vendas tiveram lugar nas imediações e no interior das suas residências, e em outros locais previamente acordados, em Vila Nova de Gaia e Maia, no distrito do Porto, e em Espinho e Santa Maria da Feira, distrito de Aveiro.
A maior parte dos arguidos foi detida durante buscas domiciliárias realizadas em 6 de janeiro de 2021, tendo sido apreendidos mais de 10 quilos de canábis.
Posteriormente, em abril foram realizadas novas buscas que culminaram na detenção de mais dois arguidos, um dos quais tinha na sua posse mais de 20 quilos de canábis, cujo valor de compra ascende aos 80 mil euros, o que, segundo o MP, demonstra que exerce um tráfico de estupefaciente em “grande escala”, tendo-lhe ainda sido apreendidos quase 39 mil euros.
Três arguidos estão em prisão preventiva e outros dois encontram-se em prisão domiciliária.