Dezenas de manifestantes foram mortos pela polícia na quarta-feira à noite quando tentavam invadir edifícios administrativos no Cazaquistão, disse a polícia do país.
“Ontem à noite, forças extremistas tentaram invadir edifícios administrativos, o departamento de polícia da cidade de Almaty, bem como departamentos locais e esquadras de polícia. Dezenas de assaltantes foram eliminados e as suas identidades estão a ser identificadas”, afirmou o porta-voz da polícia, Saltanat Azirbek, citado pelas agências do país.
Azirbek disse que estava em curso uma operação “antiterrorista” num dos distritos de Almaty, a capital económica do país da Ásia Central, onde os tumultos foram mais violentos.
Os manifestantes cazaques, que protestam contra a subida dos preços do gás no país, tomaram também o aeroporto da cidade, que cancelou todos os seus voos.
“O serviço de segurança do aeroporto disse-nos: desculpem, o aeroporto foi tomado. Hoje, não haverá voos”, indicou o “blogger” cazaque Alisher Yelikbayev, citado pela agência russa Interfax, durante um corte total de internet no país centro-asiático que impede o acesso aos meios de comunicação social locais.
Segundo Yelikbayev, as autoridades asseguraram durante todo o dia aos passageiros que o exército estava a defender o aeroporto e os aviões a descolar a horas, mas os militares não enfrentaram os manifestantes e retiraram.
Presidente do Cazaquistão promete “firmeza máxima” contra protestos
O Cazaquistão é desde 2 de janeiro palco de protestos em várias cidades, que foram ganhando intensidade até se transformarem em violentos distúrbios que culminaram na ocupação de vários edifícios governamentais na cidade de Almaty e em mais de 500 feridos.
O Presidente cazaque, Kassim-Yomart Tokaïev, alertou de que tomará medidas severas contra os manifestantes violentos, após assumir a presidência do Conselho de Segurança do país.
Protestos contra preço dos combustíveis fazem cair governo do Cazaquistão
Além disso, decretou o estado de emergência e o recolher obrigatório na capital, Nursultan, em Almaty e noutras regiões afetadas pelos tumultos.
O detonador dos protestos foi o aumento dos preços do gás liquefeito, um dos combustíveis mais utilizados nos transportes do país, de 60 tengues por litro (0,12 euros) para o dobro, 120 tengues (0,24 euros).
Notícia atualizada às 09:02