O Chipre detetou uma possível nova variante do vírus que resulta da combinação de duas variantes do SARS-CoV-2: a Delta e a Ómicron. No entanto, não existem certezas sobre a autenticidade desta nova variante e vários especialistas acreditam que se pode dever a um erro de laboratório.
A informação foi avançada por Leondios Kostrikis, professor de biologia na Universidade de Chipre e responsável pelo Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular, à estação cipriota Sigma TV, citado pela Bloomberg. “Há atualmente co-infeções de Ómicron e Delta e detetámos esta variante que combina as duas”, disse.
O nome adotado foi, por isso, “Deltacron”. Kostrikis e a equipa já identificaram 25 casos e estão a investigar se a nova variante é mais grave ou contagiosa do que as restantes. As amostras recolhidas no Chipre estão agora a ser analisadas para que seja avaliada a sua autenticidade.
Entretanto, vários especialistas têm vindo a público desvalorizar esta alegada nova variante, dizendo tratar-se de um caso de contaminação, como foi o caso de Tom Peacock, virologista do Imperial College de Londres.
Small update: the Cypriot 'Deltacron' sequences reported by several large media outlets look to be quite clearly contamination – they do not cluster on a phylogenetic tree and have a whole Artic primer sequencing amplicon of Omicron in an otherwise Delta backbone.
— Tom Peacock (@PeacockFlu) January 8, 2022
Também Eric Topol, biólogo molecular do Scripps Research Translational Institute, como recupera a CNN Portugal, atribuiu pouca ou nenhuma relevância a esta informação. “É um novo subtipo de ‘scariant’ que nem sequer é real mas assusta muita gente desnecessariamente”, publicou o biólogo no Twitter, num jogo de palavras entre a palavra “scare” (“medo”) e a palavra “variant” (“variante”).
Yeah. New subtype of scariant that isn’t even a real variant but scares a lot of people, unnecessarily
— Eric Topol (@EricTopol) January 9, 2022