A variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 é responsável por 93,2% das infeções em Portugal, em consequência de um “crescimento galopante” em dezembro, que foi mais acelerado em Lisboa e Vale do Tejo, estimou esta terça-feira o INSA.
“Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um elevado crescimento na proporção de casos prováveis da variante Ómicron, tendo atingido uma proporção estimada de 93,2% no dia 10 de janeiro”, refere o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2.
Em 3 de janeiro, a Ómicron tinha já atingido uma frequência de 89,6% dos casos de infeções registadas no país.
Segundo o instituto que monitoriza a evolução deste coronavírus em Portugal, o “aumento abrupto de circulação comunitária” da Ómicron tem paralelo com o cenário observado em países como o Reino Unido e a Dinamarca.
De acordo com o INSA, esta variante foi detetada pela primeira vez em Portugal na semana de 22 a 28 de novembro, tendo registado um “crescimento galopante de circulação durante o mês de dezembro”.
“Os dados de sequenciação mostram ainda uma considerável heterogeneidade em termos regionais”, indicando que o número e o momento das introduções, bem como o início da circulação comunitária mais abrangente, ocorreu deforma distinta nas várias regiões do país.
De facto, a circulação comunitária da variante Ómicron ocorreu precocemente e de forma mais intensa na região de Lisboa e Vale do Tejo, tendo-se tornado dominante cerca de uma a duas semanas mais cedo do que nas restantes regiões”, adiantou o relatório.
Relativamente à Delta, variante que foi a predominante em Portugal durante vários meses, “tem vindo a diminuir a sua frequência relativa desde a semana de 22 a 28 de novembro em resultado do aumento abrupto de circulação da variante Ómicron.
“De entre as várias sublinhagens da variante Delta ainda em circulação, destaca-se a linhagem AY.4.2, a qual, na semana de 27 de dezembro de 2021 a 02 de janeiro de 2022, mantinha ainda uma circulação considerável no Algarve”, avançou ainda o INSA.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2, têm sido analisadas uma média de 527 sequências por semana desde o início de junho de 2021.
Estas sequências foram obtidas de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 132 concelhos por semana.
A Covid-19 provocou 5.494.101 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.161 pessoas e foram contabilizados 1.693.398 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países.