A diretora da Pantest, empresa portuguesa certificada pelo Infarmed para produzir testes rápidos à Covid-19, revelou esta quarta-feira que estão a ser produzidas 50 mil unidades por dia e que dada a proximidade ao Carnaval pretendem aumentar o ‘stock’.
Em declarações à agência Lusa, a diretora Catarina Almeida afirmou esta quarta-feira que a empresa tem estado “a fazer face à procura existente”, ainda que em Portugal se venha a verificar “uma ligeira diminuição da procura” comparativamente ao período de festividades do Natal e Ano Novo.
Ainda que não seja significativa, a ligeira diminuição da procura está a ir “contra a tendência da restante Europa”, frisou Catarina Almeida, dando como exemplo a Itália, país com o qual a empresa “vai fechar uma grande encomenda”.
Devido ao aumento de procura no mercado interno durante a época festiva a empresa suspendeu em dezembro as exportações para outros países europeus, estando, neste momento, a produzir diariamente 50 mil testes rápidos de antigénio para o mercado nacional.
“Na altura do Natal e Ano Novo houve uma procura enorme por autotestes. Continuamos praticamente a produzir para o dia a dia, mas começamos a notar que, em termos de contactos em Portugal, há uma diminuição que não é significativa e pode estar relacionada com os ‘stocks’ existentes nos nossos distribuidores”, afirmou.
Dada a proximidade ao Carnaval (1 de março), a diretora da firma, sediada em Oliveira de Frades, no distrito de Viseu, e que emprega 50 pessoas, revelou que pretendem “fazer algum ‘stock'”.
“É expectável que a procura [agora] abrande ligeiramente, o que nos vai permitir fazer algum ‘stock’ para a altura do Carnaval, em que acreditamos que volte a haver uma subida da procura”, disse.
A responsável referiu que pretendem contratar mais 10 pessoas a breve prazo para fazer face à expectável procura.
A Pantest é a única empresa portuguesa certificada pelo Infarmed para a produção de testes rápidos de antigénio ao SARS-CoV-2, entre as 153 empresas e laboratórios cujos testes estão autorizados em Portugal.
A empresa recorreu à experiência adquirira com outras doenças, para as quais já produzia testes rápidos de deteção, como as infecciosas (HIV e hepatites), tendo em fevereiro de 2020 obtido a certificação do Infarmed para o vírus SARS-CoV-2.
Embora a licença do Infarmed permita desenvolver testes PCR, a empresa concentrou-se apenas na produção de testes rápidos de antigénio, para os quais a procura tem sido elevada.
Quanto às exportações, Catarina Almeida disse que o mercado italiano “está a crescer bastante”, assim como o mercado espanhol.
“Esses dois serão mercados a explorar em 2022”, acrescentou.
A Covid-19 provocou 5.503.347 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.181 pessoas e foram contabilizados 1.734.343 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.