A taxa de inflação média de 2021 foi confirmada pelo INE em 1,3%, esta quarta-feira, com um aumento dos preços (homólogo) de 2,7% no mês de dezembro (menos uma décima do que tinha sido calculado anteriormente). O organismo salienta que a evolução dos preços no último ano foi marcada por “um forte movimento ascendente ao longo de 2021, em particular na segunda metade do ano em que as variações observadas foram sempre superiores ao valor da média anual”.

A informação foi divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). “Em 2021, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual de 1,3%, sucedendo a uma variação nula registada no conjunto do ano de 2020”, diz o INE, sendo esta é a taxa que conta para, por exemplo, estimar os aumentos salariais da função pública, que serão atualizados em 0,9% em 2022, conforme decidido pelo Governo.

O INE assinala, também, que “excluindo do IPC a energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação média situou-se em 0,8% (nula no ano anterior)”, o que ilustra a importância dessas rubricas para a aceleração dos preços. No que diz respeito ao mês de dezembro, “excluindo do IPC a energia e os bens alimentares não transformados, a variação homóloga foi 1,8% (1,7% no mês anterior)”.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, aquele que serve para o Eurostat comparar os vários países europeus, aumentou um pouco mais: 2,8%, em linha com o que o INE tinha estimado no último dia 3 de janeiro.

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Subida dos combustíveis decisiva para aumento dos preços, “direta ou indiretamente”

A aceleração dos preços, explica o INE, “verificou-se na maioria das categorias do IPC, refletindo, direta ou indiretamente, os aumentos dos preços dos bens energéticos, em particular, dos combustíveis rodoviários”.

O que a análise do INE revelou é que a categoria dos “Produtos Energéticos, composto por produtos que têm um peso significativo nas classes da Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis e dos Transportes, passou de uma taxa de variação média de -5,0% em 2020 para 7,3% em 2021”.

Por outro lado, acrescenta o organismo, “ao contrário da generalidade dos produtos do IPC, os produtos alimentares não transformados registaram
aumentos significativos de preços em 2020 (taxa de variação média anual de 4,0%), verificando-se uma desaceleração em 2021 para 0,6%”. Porém, “verificou-se uma forte aceleração nos últimos três meses do ano” nessa categoria.