De Melbourne para o Dubai, do Dubai para Belgrado. Pouco mais de 24 horas depois de receber oficialmente a ordem de deportação da Austrália, Novak Djokovic já chegou à Sérvia e foi recebido por uma pequena multidão de fãs que o esperava com bandeiras do país e cânticos de apoio.

O tenista embarcou no Aeroporto de Melbourne por volta das 22h30 deste domingo (hora australiana, 11h30 em Portugal Continental), e realizou um voo de cerca de 13 horas até ao Dubai. Nesse período, o interesse global na viagem de Djokovic era óbvio: o site FlightRadar, que segue as rotas dos aviões por satélite, revelou que milhares de pessoas começaram a seguir a rota escassos instantes depois de o código ter sido disponibilizado, tornando o EK409 no voo mais seguido de toda a plataforma.

No Dubai, Djokovic foi visto a sair do avião de máscara e a tirar algumas selfies com fãs que o abordaram na manga de acesso ao aeroporto enquanto esperava pela equipa que o acompanha. Pouco depois, afastou-se num veículo do aeroporto, acompanhado por um funcionário, acabando por fazer check-in sozinho e de forma mais reservada. Seguiu-se um voo de seis horas em direção a Belgrado, onde o tenista aterrou perto da hora de almoço desta segunda-feira, evitando os apoiantes e os jornalistas que o esperavam e deixando o aeroporto através de uma saída secundária.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entretanto, ainda em Melbourne, o Open da Austrália começou sem Djokovic — mas o nome do sérvio continua a ecoar nos courts australianos. Desta feita, foi John McEnroe a lembrar o tenista de 34 anos, aproveitando uma intervenção na ESPN para fazer a antevisão ao Grand Slam para defender o atleta. “O que se passou nos últimos 12 dias foi uma piada absoluta. É triste, a forma como tudo acabou. Vi tudo isto a acontecer em direto. É uma treta total. Se ele decide não ser vacinado e as autoridades australianas dizem ‘não podes entrar sem estar vacinado’, é o fim da história, é branco ou preto. Ele é que decide o que quer ou não fazer, tem crenças muito fortes e tem direito a essas crenças”, começou por dizer o antigo tenista norte-americano, que revelou que trocou mensagens com Djokovic nos últimos dias antes de endurecer o discurso.

“O tipo já ganhou isto [Open da Austrália] nove vezes. Foi corajoso, de certa forma, tenho de lhe dar esse crédito. Eu tenho sete Grand Slams, ele tem 20. O motivo pelo qual ele tem tantos a mais é porque está disposto a arriscar este tipo de coisas, a ir para lá na mesma. Estamos a falar do tipo que podia potencialmente quebrar o recorde do Roger Federer e do Rafael Nadal e que estava disposto a chegar a esse ponto. Disse: ‘Não quero ser vacinado mas vou fazer o que for preciso’. E depois há outra coisa que é estranha. Ele encontrou-se com um jornalista, alegadamente… Dizem que falou com um jornalista, acho que na Sérvia, não sei as datas ao certo, mas… Isso está provado, é um facto absoluto? É que os jornalistas, às vezes…”, acrescentou McEnroe, acabando por ser interrompido e corrigido pelos jornalistas presentes sobre a entrevista que Djokovic deu ao jornal L’Équipe quando já estava, alegadamente, infetado com Covid-19.

PCR positivo a 16, dois eventos sem máscara a 17, teste negativo a 22: a cronologia dos dias em que Djokovic terá estado infetado