A vacina Corbevax, que já recebeu autorização de uso de emergência na Índia no final de dezembro, é a primeira vacina contra a Covid-19 sem patente. Os investigadores têm trabalhado nela desde 2020, mas a falta de financiamento para a investigação foi um dos problemas encontrados — a pesquisa têm avançado com base em donativos.

“Porquê complicar?” Entrevista à equipa que trabalha numa vacina mais fácil, barata e para todos

A equipa liderada por Peter Hotez e Maria Elena Bottazzi, do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital Pediátrico do Texas (Houston, Estado Unidos), anunciou que a vacina, testada em 3.000 pessoas na Índia, se mostrou 90% eficaz na prevenção de doença sintomática com a variante original do vírus e 80% com a variante Delta — a variante Ómicron ainda em estudo. Os resultados, no entanto, ainda não foram publicados por constrangimentos financeiros, noticiou o jornal The Guardian.

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Os investigadores apostaram na mesma tecnologia que é usada na produção de vacina contra a hepatite B e que são facilmente replicáveis nos países de baixo e médio rendimento. A equipa estava a usar a mesma tecnologia para criar vacinas contra o SARS e MERS, mas os surtos (e o financiamento) acabaram antes de conseguirem ter a vacina pronta.

A vacina está a ser produzida na Índia pela empresa Biological E, experiente na produção da vacina contra a hepatite B. A empresa já produziu 150 milhões de dose da vacina Corbevax e será capaz de produzir 100 milhões de doses todos os meses a partir de fevereiro.

A vacina baseia-se na introdução de uma parte da proteína spike do coronavírus SAR-CoV-2 numa levedura (um organismo de uma célula só), que depois a vai replicar e apresentar ao sistema imunitário. A vantagem é que a vacina pode ser conservada a uma temperatura de refrigeração normal.