O presidente do Eurogrupo disse esta segunda-feira esperar uma redução das “pressões inflacionistas” ao longo do ano na zona euro, perante subidas na inflação ‘puxadas’ pelos preços energéticos, prevendo uma melhoria à medida que as cadeias de abastecimento estabilizam.

A questão da inflação foi hoje abordada por uma série de ministros. Compreendemos os desafios que surgem nos preços e, em particular, os custos mais elevados da energia estão a afetar os cidadãos e as empresas, […] mas, de um modo geral, continuamos a esperar, à medida que avançamos neste ano, que as pressões inflacionistas que estão em vigor neste momento comecem a diminuir, declarou o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe.

Falando à imprensa após uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro, em Bruxelas, o responsável precisou: “Esperamos que isso aconteça à medida que vemos as cadeias de abastecimento em algumas partes da nossa economia continuarem a melhorar e também à medida que tivermos um nível mais elevado de poupança, que desempenhou um papel nas pressões sobre os preços ao longo do ano passado”.

Ainda assim, Paschal Donohoe admitiu que “os níveis mais elevados de inflação vão estar em vigor durante um período de tempo mais longo do que aquele que foi inicialmente estimado”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Estamos cientes do impacto que estes preços mais elevados estão a ter sobre o nível de vida e a capacidade de fazer negócios, mas acreditamos que, à medida que avançamos ao longo do ano, esse nível de pressão começará a moderar e começará a melhorar, reforçou.

O Banco Central Europeu (BCE) tem vindo a considerar que a inflação deverá estabilizar nos 2% a médio prazo.

O BCE tem como principal mandato a estabilidade dos preços, considerando-se que tal é importante para a estabilidade económica, social e até política, pelo que estabeleceu, em 2021, uma nova estratégia que contempla um objetivo simétrico de inflação de 2% a médio prazo, uma meta mais flexível que admite desvios temporários e moderados.

A inflação anual na zona euro atingiu, em novembro passado, 4,9%, sendo esta a taxa mais elevada desde o início da série, em 1997, segundo o Eurostat. O BCE prevê que os preços aumentem em média 3,2% este ano e 1,8% em 2023 e 2024.

A contribuir para a inflação estão, de momento, os custos energéticos e os problemas nas cadeias de abastecimento globais.