A Secretaria da Saúde de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil e o mais afetado pela pandemia, admitiu esta sexta-feira que os dados da Covid-19 na região estão desfasados, assegurando que fará uma revisão dos números.
O reconhecimento do problema foi feito pela diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), Tatiana Lang, ao portal de notícias G1, após o ‘site’ ter revelado que, nos primeiros dias de janeiro, o Governo de São Paulo reportou menos casos novos de Covid-19 em todo o estado do que a prefeitura contabilizou apenas na capital ‘paulista’.
Entre os dias 1 e 19 de janeiro, o município de São Paulo notificou 96.932 casos do novo coronavírus, período em o Governo do estado de São Paulo, que reúne dados de todas as cidades da região, reportou apenas 67.413 infeções.
Segundo Tatiana Lang, os técnicos da área da Saúde irão reunir-se na próxima segunda-feira para tentar solucionar as discrepâncias de dados.
Entre os possíveis motivos para o erro, a diretora indicou o impacto do ‘apagão’ de dados do Ministério da Saúde, atrasos na inserção de informações por parte dos outros municípios e duplicidade de registos nas base de dados.
A recolha de dados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil enfrentou, durante várias semanas, problemas devido a ataques cibernéticos levados a cabo por ‘hackers’ no final do ano passado à plataforma do Ministério da Saúde do país sul-americnao.
No momento, o estado de São Paulo totaliza 4.534.066 infeções e 156.165 óbitos desde o início da pandemia.
O Brasil enfrenta atualmente uma nova vaga da pandemia causada pela rápida expansão da Ómicron, uma nova variante, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal e o próprio Brasil.
O país sul-americano já acumula mais de 622 mil mortos e 23,5 milhões de infetados.
A Covid-19 provocou 5.553.124 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.