O Papa-emérito Bento XVI admite, afinal, que esteve presente numa reunião em 1980 onde foi tema de discussão um padre de Munique que teria abusado de crianças. Essa presença tinha sido negada, na colaboração com o inquérito, mas esta segunda-feira o desmentido inicial foi atribuído a um “erro na edição do comunicado”.
A confirmação de que Joseph Ratzinger – o seu nome até se tornar Papa Bento XVI – esteve nessa reunião reforça a tese de que o responsável, que foi arcebispo de Munique entre 1977 e 1982, tinha conhecimento de que havia padres que abusavam de crianças e nada fez.
Essa conclusão foi tirada numa investigação independente divulgada há poucas semanas em Munique que falou de casos de “abusos cometidos durante o seu mandato e sancionados pelo Estado” – dois sacerdotes mantiveram a “atividade pastoral”, segundo o advogado que anunciou a investigação em Munique.
Num comunicado enviado à Catholic News Agency, lê-se que o erro no primeiro texto “não tinha qualquer intenção maliciosa” e pede-se desculpa pela informação errada que foi transmitida inicialmente e que já tinha sido considerada “pouco credível” pelos autores da investigação.
A investigação independente, que tem 1.900 páginas, ainda está a ser analisada pelo Papa-emérito, hoje com 94 anos, e está prometido que o próprio irá emitir uma declaração detalhada em sua defesa – porém, ainda não há data prevista para que isso aconteça. Já foi comunicado, entretanto, que pelo que já leu até ao momento, o Papa-emérito “sente vergonha e partilha a dor daqueles que sofreram” com os casos relatados na investigação.
Bento XVI sabia e não fez nada em casos de pedofilia de Munique, conclui investigação