A França advertiu esta quarta-feira os países candidatos à OCDE das suas exigências na luta contra as alterações climáticas, desflorestação, perda de biodiversidade e corrupção, numa mensagem que pode ser entendida como dirigida em particular ao Brasil.

Ainda que sem se referir explicitamente ao Brasil, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês advertiu que “a França estará extremamente vigilante durante todo este processo, para assegurar que todos os candidatos façam progressos sérios, concretos e mensuráveis” naqueles domínios.

A porta-voz recordou que, uma vez concluído o processo de negociação entre a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e cada um dos seis estados que procuram uma adesão individual, essa estará condicionada à obtenção do acordo unânime dos 35 países-membros da organização.

A tomada de posição esta quarta-feira anunciada é uma forma de assinalar que a França, assim como os outros parceiros, terá uma última palavra a dizer sobre um eventual veto a uma adesão se não estiver satisfeita com os progressos de qualquer dos candidatos.

Os embaixadores da organização sediada em Paris decidiram esta terça-feira lançar o processo de adesão com cada um dos seis candidatos: Argentina, Brasil, Peru, Croácia, Bulgária e Roménia.

A França utilizou o seu veto para impedir a entrada em vigor do acordo comercial negociado entre a União Europeia e o Mercosul, devido, em grande medida, ao confronto que mantém com a administração brasileira de Jair Bolsonaro, que censura pela inação em relação às alterações climáticas e, em particular, pelo facto de a desflorestação da Amazónia no gigante sul-americano ter piorado devido às políticas de Brasília durante o mandato do atual Presidente brasileiro.

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