Morreu esta quinta-feira a lontra-marinha Micas, a filha mais nova das lontras Amália e Eusébio, o conhecido casal aquático que habitava o Oceanário de Lisboa. Era a lontra mais velha da Europa.
Em comunicado enviado às redações, o Oceanário de Lisboa explica que a lontra, com 20 anos, morreu “num processo natural e esperado, tendo em consideração a sua avançada idade”.
Tendo nascido em Lisboa, a 26 de julho de 2001, Micas permaneceu junto da mãe, Amália, durante um ano, tendo depois sido transferida para o Aquário do Jardim Zoológico de Roterdão. Em 2010, a filha do casal de lontras mais conhecido de Portugal voltou para o Oceanário de Lisboa.
Pela sua idade avançada sabíamos que estava num período delicado de saúde, via muito mal e apresentava já sinais de alguma debilidade. A Micas já tinha ultrapassado a esperança média de vida de uma lontra-marinha, sendo a mais velha da Europa e uma das mais velhas do mundo”, explicou Núria Baylina, curadora do Oceanário de Lisboa.
A esperança média de vida para uma lontra-marinha fêmea é de 15 a 20 anos.
Micas era embaixadora da sua espécie, classificada como “em perigo” na lista de espécies ameaçadas. “Esta lontra-marinha foi acarinhada pelos visitantes, protagonista de programas educativos, visitas guiadas e artigos, tendo contribuído para a missão do aquário de sensibilizar todos os visitantes para a conservação do oceano”, lê-se no comunicado.
É um momento triste para nós pois este era um dos nossos animais mais emblemáticos, que vimos nascer e envelhecer, acarinhado por toda a equipa e pelo público em geral”, afirmou a curadora.
A 1 de junho do ano passado, morreu a filha mais velha de Eusébio e Amália, a lontra Maré, com 23 anos. Na altura, Maré era também a lontra-marinha mais velha da Europa.
No Oceanário de Lisboa continuam agora as duas lontras macho, Odi e Kasi, que foram resgatadas, com menos de um ano de vida e muito debilitadas, pelo Alaska Sea Life Center. Em 2018, estas duas lontras foram acolhidas em Lisboa por Maré e Micas, uma vez que não dispunham de competências básicas de sobrevivência para viverem sozinhas.