Foram furtados quase sete mil catalisadores de carros ao longo do ano 2021, uma média de quase 20 roubos diários – muitos acontecem em pleno dia e, segundo a GNR, são concluídos em cerca de dois minutos. Segundo dados citados pelo Jornal de Notícias (JN) esta segunda-feira, a PSP deteve 326 assaltantes (identificando mais 575 suspeitos) e a GNR prendeu 70 pessoas (mais 240 identificados), criminosos atraídos pelo valor a que conseguem vender os metais preciosos que se encontram no interior da peça.

Dentro dos catalisadores existem metais como a platina, o paládio e o ródio, tudo matérias cujo preço subiu nos mercados internacionais de matérias-primas, nos últimos anos. A maior parte dos catalisadores furtados são desmantelados para obter esses metais, mas também se gerou uma espécie de mercado alternativo onde muitas pessoas, depois de verem o seu veículo assaltado, vão comprar peças que chegaram ao mercado negro depois de terem sido também elas roubadas a outro carro. Substituir um catalizador de um carro pode custar, no mínimo, algumas centenas de euros.

Entre os alvos preferenciais de quem se dedica a esta atividade criminosa estão alguns veículos a gasolina mais antigos, dos anos 90 ou dos primeiros anos de 2000. Devido ao crescimento em flecha do número de furtos de catalisadores, nos últimos anos, a PSP criou em 2020 uma série de Equipas Regionais de Investigação à Criminalidade Automóvel, para acompanhar o fenómeno mais de perto.

“Estacionam à frente, na traseira ou, em último caso, paralelamente ao veículo que será alvo do furto, ficando um dos indivíduos a controlar os movimentos”, explica a GNR, citada pelo Jornal de Notícias. “Através de um macaco hidráulico, o veículo é levantado e o segundo homem posiciona-se sob o veículo para cortar o catalisador, através de uma serra de sabre sem fios ou ferramenta idêntica. Se não houver interrupções, pode demorar apenas cerca de dois minutos“, diz a GNR.

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