Em equipa vencedora não se mexe. Ou, neste caso, em ideias vencedoras. O Inspira-te vai lançar uma segunda edição para todos aqueles que queiram “desenvolver um projeto com impacto positivo na comunidade”. Se só agora ouviu falar nesta iniciativa, saiba que se trata de uma formação completamente gratuita, desenvolvida em formato virtual, com componente teórica e prática, que resulta de uma parceria entre o Santander Universidades e a Universidade do Porto. O programa é composto por quatro módulos de conhecimento, que abordam temas como “o empreendedorismo social, a gestão de projetos com impacto social e o seu financiamento, entre outros”; uma componente prática com exercícios e quizzes; e masterclasses nas quais os participantes vão poder assistir a debates com especialistas da área.
Mas a edição deste ano traz uma novidade: 30 formandos vão poder participar em dois workshops com a Udream – um programa educativo que desenvolve competências de liderança social em estudantes do Ensino Superior – seguidos de “um processo de mentoria personalizada”. O Inspira-te destina-se a estudantes universitários, professores, técnicos de ação social, gestores de voluntariado e todos aqueles que já tenham motivação e interesse na área do impacto social.
Segundo Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação Santander Portugal, o balanço da primeira edição foi “muito favorável” e, por isso, resolveram “dar continuidade ao projeto”. Além do feedback “muito positivo” dado pelos alunos, o número de candidaturas também ficou muito acima do número de vagas: “A primeira edição, excedeu as nossas expectativas: recebemos 856 candidaturas e, por essa razão, decidimos alargar o número de vagas para 270. Este ano abrimos 300 vagas, mais uma vez, sem qualquer custo para os selecionados, uma vez que a formação é integralmente apoiada pelo Santander Universidades em parceria com a Universidade do Porto. As inscrições [da segunda edição] decorrem até 15 de fevereiro e prevemos ter ainda mais adesão”. A segunda edição do Inspira-te mantém o número de módulos e conteúdos, mas tem “novos operadores e temas diferentes nas masterclasses”.
A componente prática também foi reforçada com mais exercícios e quizzes, além da mentoria à qual 30 participantes poderão ter acesso e que, de acordo com a Presidente da Fundação Santander Portugal, tem como objetivo “auxiliar projetos a tomar forma”. Os candidatos devem ter “interesse na área” e sentir “uma motivação especial para serem agentes da mudança”: “Queremos solidificar vocações, torná-las mais eficazes. Este programa não está desenhado para ser um despertar de vocação, antes para oferecer apoio a quem já descobriu a necessidade de ajudar outros”, explica Inês Oom de Sousa.
A primeira edição teve uma grande adesão por parte dos jovens, sobretudo mulheres. De acordo com a Presidente da Fundação Santander Portugal, “os jovens estão a encontrar realização no voluntariado social e também entendem que o seu curriculum profissional se valoriza através disso junto dos potenciais empregadores”. Além disso – defende Inês Oom de Sousa – “organizações com fortes compromissos com objetivos ESG [objetivos de desenvolvimento sustentável], como o Banco Santander, também gostam de contar nas suas fileiras com colaboradores com vocação solidária, ajudam a tornar as decisões empresariais mais consentâneas com as realidades sociais que afetam. Quanto à participação maioritária de mulheres, a Presidente da Fundação considera que é necessário “esperar pelos resultados desta segunda edição para concluir que as mulheres têm uma vocação mais apurada para intervenções sociais de forma mais estruturada”.
A forte adesão à primeira edição também poderá justificar-se com o contexto de Covid-19: “A pandemia acelerou o aparecimento das vocações solidárias de todos nós. Na comunidade universitária, com quem temos relações mais estreitas, logo no final de março de 2020, apercebemo-nos que estudantes e direções de escolas superiores queriam ajudar as populações mais vulneráveis.
Ainda em maio de 2020, o Banco canalizou 1,5 milhões de euros para ações imediatas como bolsas de apoio social ou aquisição de equipamentos informáticos. Logo depois lançámos o Prémio Santander UNI.COVID-19 – uma edição especial do Prémio de Voluntariado Universitário – que recebeu 336 candidaturas tendo sido distinguidas 14 ideias ou iniciativas, promovidas por jovens universitários e restante comunidade académica, que contribuíram para responder à situação de emergência relacionada com a COVID-19. O Inspira-te também pode dar, a todos os envolvidos nessa urgência pandémica inicial, os conhecimentos para estruturar ideias que, em maio de 2020, era tempo que não se tinha”, explica Inês Oom de Sousa.
De acordo com a Presidente da Fundação Santander, o apoio ao voluntariado em projetos sociais faz parte da cultura do Banco, como tal, além de ter “um grupo de colaboradores voluntários”, a instituição criou “há vários anos, políticas internas para que esta prática seja promovida sempre que possível”.
Entrevista a Inês Oom de Sousa - Presidente da Fundação Santander Portugal
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Como surgiu a ideia de criar a UP Santander Inspira-te? Qual o objetivo?
O apoio ao voluntariado em projetos sociais faz parte da cultura do Santander, temos um grupo de colaboradores voluntários que tem uma dinâmica incrível e criámos já há vários anos políticas internas para que esta prática seja promovida sempre que possível, uma vez que acreditamos que o envolvimento em causas socias é extremamente importante para o nosso crescimento enquanto pessoas e, por inerência, enquanto equipa e instituição. Em paralelo, o nosso envolvimento histórico com o Ensino Superior permitiu-nos criar há seis anos o Prémio Voluntariado Universitário, para distinguir e apoiar, com mentoria e financiamento, projetos com impacto social promovidos pela comunidade universitária. O programa Santander Inspira-te resulta deste conjunto de experiências, nomeadamente da vontade de apoiar mais pessoas a percorrer este caminho, dando-lhes, através da formação, ferramentas para poderem criar o seu próprio projeto com impacto social.
Qual o balanço da primeira edição?
O balanço de primeira edição foi muito favorável e é por essa razão que estamos a dar continuidade ao projeto. Este ano, a ideia é dar mais um passo em frente, acompanhando através de mentores, a fase inicial das iniciativas dos alunos. Para esse fim, existe um segundo módulo com a participação de 30 formandos que, em 2 workshops especializados seguidos por um processo de mentoria personalizado, os levará a discutir com um mentor o seu plano ou projeto de impacto social e, desde logo, aperfeiçoarem as suas ideias para conseguirem pô-las em prática.
Qual o feedback dado pelos alunos que participaram na 1ª edição?
Foi muito positivo. Um questionário final aos formandos, referiu como positivo o facto de o programa ser muito equilibrado, não só nas suas componentes prática e teórica, como na diversidade dos conteúdos lecionados. Também valorizaram muito as masterclasses que complementavam a formação com a partilha conhecimentos por especialistas de diferentes áreas. As melhorias várias que foram sugeridas, já integradas na 2ª edição em resultado dessa opinião.
Na primeira edição participaram 270 pessoas. Qual a expectativa para esta edição?
A primeira edição, excedeu as nossas expectativas: recebemos 856 candidaturas e, por essa razão, decidimos alargar o número de vagas para 270. Este ano abrimos 300 vagas, mais uma vez, sem qualquer custo para os selecionados, uma vez que a formação é integralmente apoiada pelo Santander Universidades em parceria com a Universidade do Porto. As inscrições decorrem até 15 de fevereiro e prevemos ter ainda mais adesão. Temos, através da plataforma www.bolsas-santander.com, ganho muita experiência na mobilização de pessoas para as dezenas de cursos e programas de formação que lançamos e verificamos um crescimento cada vez maior no número de candidaturas. Por esse motivo, é natural que voltemos a registar uma adesão muito grande.
Quais as diferenças entre a 1º e a 2ª edição? Vão manter o programa, formadores, etc?
Mantemos o número de módulos, mantemos conteúdos, mas temos novos oradores e temas diferentes nas masterclasses, aumentámos a diversidade. Acrescentámos uma componente de exercícios práticos para além de quizzes para reforçar a componente prática. E temos os 30 formandos que vão receber sessões de mentoria, dando um passo à frente no sentido de auxiliar projetos a tomar forma.
Na primeira edição participaram mais jovens e mulheres. Como interpreta esta procura? O que esperam para esta?
Os jovens estão a encontrar realização no voluntariado social e também entendem que o seu curriculum profissional se valoriza através disso junto dos potenciais empregadores. Organizações com fortes compromissos com objetivos ESG, como o Banco Santander, também gostam de contar nas suas fileiras com colaboradores com vocação solidária, ajudam a tornar as decisões empresariais mais consentâneas com as realidades sociais que afetam.
Teremos de esperar pelos resultados desta 2ª edição para concluir que as mulheres têm uma vocação mais apurada para intervenções sociais de forma mais estruturada. Algum desequilíbrio entre homens e mulheres no número de candidatos, verificado na 1ª edição, pode ter sido ocasional e não ter explicações mais profundas.
O facto de ser um projeto lançado durante uma pandemia fez com que surgissem projetos mais específicos e próprios do atual contexto?
A pandemia acelerou o aparecimento das vocações solidárias de todos nós. Na comunidade universitária, com quem temos relações mais estreitas, logo no final de março de 2020, apercebemo-nos que estudantes e direções de escolas superiores queriam ajudar as populações mais vulneráveis. Ainda em maio de 2020, o Banco canalizou 1,5 milhões de euros para ações imediatas como bolsas de apoio social ou aquisição de equipamentos informáticos. Logo depois lançámos o Prémio Santander UNI.COVID-19 – uma edição especial do Prémio de Voluntariado Universitário – que recebeu 336 candidaturas tendo sido distinguidas 14 ideias ou iniciativas, promovidas por jovens universitários e restante comunidade académica, que contribuíram para responder à situação de emergência relacionada com a COVID-19. O Inspira-te também pode dar, a todos os envolvidos nessa urgência pandémica inicial, os conhecimentos para estruturar ideias que, em maio de 2020, era tempo que não se tinha.
Quando dizem que os candidatos devem ter algum grau de conhecimento básico sobre a área do impacto social, a que se referem especificamente? Exemplos.
Que tenham interesse na área e sintam uma motivação especial serem agentes da mudança. Queremos solidificar vocações, torná-las mais eficazes, este programa não está desenhado para ser um despertar de vocação, antes para oferecer apoio a quem já descobriu a necessidade de ajudar outros.
Que tipo de impacto é que o Santander pretende ter na sociedade ao criar projetos como este?
Queremos deixar a nossa marca, ser reconhecidos por clientes e colaboradores como uma instituição com impacto e verdadeira preocupação com a Sociedade. Que se preocupa em reduzir as desigualdades sociais e económicas e em contribuir para uma comunidade mais inclusiva. O voluntariado faz parte desta missão e cada edição do Inspira-te pode criar centenas de projetos solidários eficazes e sustentáveis no longo prazo.
Com iniciativas desta natureza, o Santander pretende “ser reconhecido por clientes e colaboradores como uma instituição com impacto e verdadeira preocupação com a sociedade, que se preocupa em reduzir as desigualdades sociais e económicas e em contribuir para uma comunidade mais inclusiva”.
As candidaturas para a segunda edição do Inspira-te estão abertas até ao dia 18 de Fevereiro e pode inscrever-se aqui. A formação decorre de 28 de Fevereiro a 15 de Abril.
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