As casas pré-fabricadas tornaram-se uma tendência com o confinamento forçado pela pandemia – e não parece ser um fenómeno temporário — por várias razões: começou-se a questionar se as casas respondem às reais necessidades e surgiu o desejo de adaptá-las ao maior tempo passado lá dentro: ter um jardim, por exemplo. Do Ikea a mais um projeto do presidente da Mercadona, todos quiseram entrar no novo boom do mercado da habitação. E já há uma marca com ADN português: as Turtle Houses.

Tal como o nome indica, estas casas são produzidas numa fábrica antes de serem instaladas num terreno e são uma alternativa às construções tradicionais, pela sua rapidez e simplicidade de execução, como o descreve a plataforma Habitissimo, citada pelo El Mundo. Além de uma maior sustentabilidade e da aposta em energias alternativas, o custo médio de uma destas habitações, embora dependa de fatores como o tamanho ou os materiais utilizados, situa-se entre os 30 mil euros para as de menor tamanho, e 150 mil euros para as maiores.

“Em todo o caso, temos preços cerca de 30% e 40% mais baratos do que os das casas de construção”, salientam os especialistas da mesma plataforma. Os prazos de entrega também são mais curtos, geralmente entre três e cinco meses, e há ainda a possibilidade de personalizar e ampliar a casa por módulos, como colocar mais janelas, por exemplo.

Nascido em 2015, a Turtle Houses tem desde cabines habitacionais versáteis para zonas com menor implantação disponível, a moradias de campo ou cidade e casas com design contemporâneo, piscina e jardins interiores incluídos. Os preços variam, habitualmente, entre os 60.000 e os 350.000 euros (para uma casa de 400 metros quadrados), e os prazos de execução em fábrica demoram entre 2 e 5 meses. E mais: não há modelos pré-concebidos — fazem à medida, ao gosto, dimensão e até ao orçamento de cada cliente.

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A Ikea não quis ficar atrás. A sua proposta fixa-se em mini casas transportáveis, que podem ser rebocadas com um simples carro. Para o projeto Tiny Home, onde o desenho de baixo impacto ambiental é priorizado, a empresa sueca de decoração colaborou com a empresa norte-americana Escape para executar uma versão de um dos seus modelos, equipado com painéis solares e casas de banho que utilizam compostagem. Desta forma, a casa de 17 metros quadrados permite uma existência autónoma e desconectada da rede.

O líder da Mercadona, Juan Roig, também quis marcar a sua posição e fê-lo através da Onarc, a start-up de casas pré-fabricadas que pertence à incubadora valenciana Lanzadera. Com 30 metros quadrados, a casa foi batizada como Liten, é feita de madeira, é personalizável (é possível escolher diferentes acabamentos) e utiliza um sistema industrializado que permite um bom isolamento. Além disso, pode ser facilmente transportada para qualquer local de instalação e utilizada de imediato, conforme detalhado pela própria empresa. Tudo isto está disponível a partir de 39.000 euros.

Texto corrigido às 19h38 do dia 15/02