A opositora da Bielorrússia Svetlana Tikhanovskaia denunciou este domingo que as tropas russas continuam em exercícios militares na Bielorrússia, o que defendeu ser uma ameaça à soberania do país.

“A presença de tropas russas no nosso território viola a nossa Constituição e a lei internacional e põe em risco a segurança de todos e da região”, afirmou, em comunicado, Tikhanovskaia.

Esta opositora notou ainda que a Bielorrússia pode “ver-se arrastada para um conflito de outros e transformada num país agressor”, acusando o Presidente Alexander Lukashenko de “ter pago o apoio ao Kremlin com a soberania” do país.

Assim, exigiu a retirada imediata das tropas russas, bem como novas sanções contra o país.

A Rússia e a Bielorrússia decidiram prolongar os exercícios militares conjuntos em curso, que deveriam terminar este domingo, devido ao agravamento das tensões com a Ucrânia, anunciou este domingo o ministro da Defesa bielorrusso.

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“Tendo em conta o aumento da atividade militar perto das fronteiras (…) e o agravamento da situação no Donbass, os Presidentes da Bielorrússia e da Rússia decidiram continuar a inspeção das forças”, anunciou Victor Jrenin na sua conta na rede social Telegram.

Os exércitos russo e bielorrusso lançaram no dia 10 de fevereiro manobras militares conjuntas na Bielorrússia, não tendo sido especificado o número de soldados e equipamentos que participariam nos exercícios, mas os serviços de informações ocidentais afirmaram no início das manobras que 30.000 soldados russos estavam destacados na Bielorrússia.

Kiev condenou estes exercícios militares, considerando-os uma forma de “pressão psicológica” por parte da Rússia, mas Moscovo defendeu a sua legitimidade, lembrando que Rússia e Bielorrússia estão sujeitos a “ameaças sem precedentes”, tendo ainda garantido que as unidades russas voltariam às suas localizações permanentes no final dos exercícios.

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150.000 soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona.