Primeiro, o anúncio de uma invasão em larga escala. Horas mais tarde, dezenas de militares russos chegavam a Odessa, cidade situada nas margens do Mar Negro, dificultando a defesa ucraniana. Seguiram-se vários controlos, disparos de mísseis e explosões, ao final do dia, o ministério da Defesa da Rússia fez um balanço: o primeiro dia de invasão à Ucrânia foi um “sucesso”.
Na região de Kherson, que tem uma parte controlada pelos militares russos, 13 civis e nove soldados foram mortos. Mas registaram-se mais mortes ao longo do dia: em Odessa, há relatos da morte de, pelo menos, 22 pessoas depois de um ataque russo naquela região. O balanço feito esta quinta-feira à noite pelo governo ucraniano dá conta de 57 mortos 169 feridos.
De acordo com as informações do governo liderado por Putin, que lançou um comunicado ao final do dia em jeito de conclusão dos exercícios militares por hoje, foram destruídas 74 instalações militares ucranianas — que incluem 11 aeródromos da Força Aérea, três postos de comando, uma base naval e 18 estações de radar dos sistemas de defesa ucraniano.
“Todas as operações atribuídas aos grupos de tropas das Forças armadas da Federação Russa para o dia de hoje foram concluídas com sucesso”, disse Igor Konashenkov, brota-voz do Ministério da Defesa.
Além das infraestruturas, foram derrubados quatro drones de ataque e um helicóptero militar.
Segundo o comunicado, as tropas russas conseguiram ainda avançar “uma distância de sete quilómetros”. “No decorrer dos combates, renderam-se 14 soldados da Forças Armadas da Ucrânia.”
Zelensky: Rússia “querer destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”
Já perto do final do dia, o governo ucraniano confirmou que a Rússia conseguiu controlar a central nuclear de Chernobyl. Aliás, algumas horas antes da confirmação, Zelensky tinha dado o alerta para esta possibilidade, através do Twitter, e sinalizou que o controlo de Chernobyl significaria uma “declaração de guerra contra toda a Europa”.
Tendo em conta o perigo que estas instalações representam, depois da explosão do reator nuclear da central em 1986, Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, adiantou que a Rússia pode utilizar a central nuclear para lançar mais ameaças, sendo esta “uma das mais graves ameaças à Europa”.
“Um ataque absolutamente sem sentido dos russos neste local, é impossível dizer se a central de Chernobyl está segura”, acrescentou.
A ofensiva russa não ficou por aqui e o aeroporto militar de Hostomel, perto da capital, foi também controlado pelos militares russos. Também próximo da capital, em Brovari, há registos da morte de, pelo menos, seis pessoas.