Com lágrimas nos olhos, mas a tentar manter a compostura. Foi assim que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se apresentou para um discurso, no final de um dia em que a Rússia invadiu o seu país. O chefe de Estado mandou uma mensagem clara ao Ocidente, lamentando que a Ucrânia tenha ficado “sozinha” contra o exército russo.
“Quem está pronto para lutar connosco? Eu não vejo ninguém. Quem está pronto para garantir a adesão da Ucrânia à NATO? Todos estão com medo”, afirmou o Presidente ucraniano. Apesar de agradecer as sanções aos países do Ocidente, Zelensky considera que é insuficiente.
E disse porquê. Volodymyr Zelensky explicou que um dos objetivos da Rússia é “destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe de Estado”. De acordo com informações que o Presidente ucraniano recebeu, a Rússia marcou-o como “alvo número 1″ e a família do chefe de Estado como “alvo número 2” a abater.
“Temos informações de que grupos de sabotagem inimigos já entraram em Kiev”, realçou. Ainda assim, o Presidente ucraniano mantém a decisão de ficar na Ucrânia, o país onde está a sua família e os cidadãos que o elegeram.
Para fazer face a uma ofensiva russa, o Presidente da Ucrânia decretou a mobilização geral da população sujeita a “recrutamento militar e reservistas” para combater a invasão russa no país, iniciada na madrugada de quinta-feira.
Segundo o decreto publicado no site da presidência ucraniana, a medida abrange todas as pessoas sujeitas a “recrutamento militar e reservistas” e será aplicada nos próximos 90 dias em todas as regiões da Ucrânia. Os homens entre os 18 e os 60 anos não podem agora sair do país.
Volodymyr Zelensky divulgou que, neste primeiro dia de conflito, morreram 137 pessoas.