A Rugby Europe suspendeu esta sexta-feira com efeitos imediatos todos os eventos da modalidade em território russo sob a organização do organismo que tutela o râguebi europeu, mas não adiantou ainda qualquer decisão sobre o futuro das competições.

A decisão surge um dia após o anúncio do adiamento do Geórgia-Rússia, que devia ser realizado no domingo, em Tbilissi, a contar para o Europe Championship 2022 e para o apuramento para o Mundial de 2023, disputas nas quais a seleção portuguesa está também envolvida.

“A Rugby Europe decidiu suspender de imediato a organização de eventos de râguebi, torneios e jogos em território russo até informação em contrário. Isto aplica-se a todos os escalões etários, géneros, seleções e clubes”, lê-se no comunicado do organismo.

A entidade que regula o râguebi europeu, com exceção dos países do torneio das Seis Nações, expressa ainda a sua “profunda preocupação com a segurança da comunidade de râguebi na Ucrânia” e lembra que a sua função é promover a modalidade “segundo os valores europeus de paz, respeito, direitos humanos e espírito olímpico”.

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Anuncia ainda que “decisões adicionais” serão tomadas “pelo quadro de diretores” do organismo, “em sintonia com a World Rugby” e que essas decisões “serão comunicadas oportunamente”.

A seleção russa tem visita marcada a Portugal em 19 de março, para a última jornada do Europe Championship 2022 e do apuramento para o Mundial de França2023.

Para 6 de março, estava prevista a realização, em Sochi, do encontro entre Enisei STM e Black Lion, da Europe Super Cup, que deveria definir qual das duas equipas visitará, nas meias-finais, os Lusitanos XV, franquia da responsabilidade da Federação Portuguesa de Râguebi.

A Rússia lançou na madrugada de quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.