O Presidente ucraniano pediu esta terça-feira à União Europeia que prove que está do lado da Ucrânia na luta pela sua sobrevivência e pela defesa da liberdade, ao intervir por videoconferência numa sessão plenária extraordinária do Parlamento Europeu. A intervenção de Volodymyr Zelensky recebeu uma ovação em pé, num hemiciclo tingido pelos tons azul e amarelo, as cores da bandeira da Ucrânia.
“Sem vocês a Ucrânia fica sozinha. Provem que estão connosco, provem que não nos vão deixar sozinhos. E então a vida ganhará sobre a morte, e a luz vencerá as trevas”, disse o presidente que assinou o pedido de admissão à UE esta segunda-feira. Zelensky começou por dizer que “esta manhã foi muito trágica” para o povo ucraniano, pois “dois mísseis cruzeiro atingiram a cidade de Kharkiv”, provocando “dezenas de mortos”.
Sublinhando que esta é “a cidade com o maior número de universidades da Ucrânia”, cerca de duas dezenas, e normalmente com muita vida, explicou que aquela que é a maior praça do país foi atingida por um míssil. “Chama-se Praça da Liberdade e é a maior do nosso país. Podem imaginar mísseis cruzeiro a atingir esta praça?”, questionou Zelensky, recordando que o presidente russo “diz uma e outra vez” que o seu exército visa apenas “infraestruturas militares”.
Com uma t-shirt militar e falando em ucraniano, num discurso que emocionou até os intérpretes da assembleia, cuja comoção se sentia na voz, Zelensky falou da luta que os cidadãos ucranianos estão a travar “pela sua sobrevivência, pela defesa da sua terra, pelos seus valores, pela liberdade”.
Perante os deputados europeus, Zelensky afirmou que o povo ucraniano está a pagar o “derradeiro preço” por defender a sua liberdade. “Não posso dizer bom dia, boa tarde ou boa noite. Porque todos os dias, para algumas pessoas, esse dia não é bom. Para algumas pessoas esse dia é o último.”
O presidente ucraniano afirmou ainda que o país “está a entregar as melhores pessoas, as mais fortes”. “Os ucranianos são incríveis”, continuou. “Ninguém vai entrar e intervir com a nossa liberdade e o nosso país. Ninguém nos vai derrubar. Somos fortes. Somos ucranianos.”