Alexey Navalny, o mais audível opositor de Vladimir Putin, preso há mais de um ano numa cadeia a cerca de três horas de Moscovo, recorreu ao Twitter para apelar à “luta contra a guerra”.

“Tudo tem um preço, e agora, na Primavera de 2022, temos de pagar esse preço. Não há ninguém que o faça por nós. Não vamos ‘ser contra a guerra’. Vamos lutar contra a guerra”, escreveu, numa série de 12 tweets, onde apela à coragem dos russos, dentro e fora do país, e pede que, independentemente das punições e detenções impostas nos últimos dias aos manifestantes, façam ouvir as suas vozes.

“Se, para parar a guerra, temos de encher as prisões e as carrinhas da polícia connosco próprios, encheremos as prisões e as carrinhas da polícia connosco próprios”, escreveu o advogado e ativista.

“Nós — Rússia — queremos ser uma nação de paz. Infelizmente, poucas pessoas nos chamariam isso agora. Mas pelo menos não nos tornemos uma nação de gente silenciosa e assustada. De cobardes que fingem não notar a guerra agressiva contra a Ucrânia desencadeada pelo nosso obviamente louco czar”, continuou, apelando aos russos em qualquer parte do mundo para que se manifestem, junto às embaixadas do país ou, diariamente, nas principais praças das cidades e aos fins de semana e feriados às 14h.

“Se puder organizar uma manifestação, faça-o ao fim de semana. Sim, talvez no primeiro dia apenas umas quantas pessoas saiam à rua. E no segundo talvez sejam ainda menos. Mas temos de, rangendo os dentes e ultrapassando o medo, sair à rua e exigir o fim da guerra. Cada pessoa presa tem de ser substituída por duas recém-chegadas.”

“Putin não é a Rússia”, escreveu ainda. “E se há alguma coisa na Rússia de que se possa estar orgulhoso neste momento são aquelas 6.824 pessoas que foram detidas porque — sem qualquer chamada — foram para as ruas com cartazes a dizer ‘Não à Guerra’.”

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