Cerca de 2.000 migrantes de origem subsaariana tentaram entrar esta quarta-feira em Melilla, naquela terá sido a maior tentativa de passar aquela fronteira feita por mais pessoas em simultâneo nos últimos anos, anunciaram esta quarta-feira as autoridades policiais.
De acordo com a Guarda Civil espanhola, cerca de 500 migrantes conseguiram entrar na região autónoma espanhola, sendo ainda, segundo as autoridades, impossível quantificar o número de pessoas que entraram em Melilla.
Em declarações aos jornalistas, a delegada do Governo em Melilla, Sabrina Moh, informou que esta tentativa de entrada de milhares de migrantes aconteceu por volta das 09h30, em plena luz do dia, num troço bastante extenso devido ao número de migrantes.
Embora as forças marroquinas tenham tentado impedir a entrada na região autónoma espanhola e a Guarda Civil tenha sido acionada imediatamente, várias dezenas de subsaarianos conseguiram entrar em Melilla e correram para o Centro de Estadia Temporária de Imigrantes (CETI), que atualmente registava uma baixa ocupação, com apenas cerca de 50 pessoas.
Em maio do ano passado, Ceuta — que, em conjunto com Melilla, constituem as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com África – acordou com cerca de 68.000 migrantes nas ruas, incluindo menores, um número “recorde” segundo as autoridades espanholas.
O episódio gerou uma crise entre Marrocos e Espanha, que acusou o país vizinho de facilitar a passagem da fronteira de milhares de pessoas como forma de retaliação pela permanência em Madrid do secretário-geral da Frente Polisário (considerada como um grupo terrorista por Rabat), Brahim Ghali, por motivos de saúde.