O processo por difamação e ofensas à honra que foi colocado por Pinto da Costa, presidente do FC Porto, a Frederico Varandas, homólogo do Sporting, vai mesmo para julgamento. A decisão instrutória do Tribunal Judicial da Comarca do Porto foi avançada pelo jornal O Jogo e confirmada pelo Observador.
Pinto da Costa vai apresentar queixa-crime contra Frederico Varandas
O caso aconteceu a 23 de outubro de 2020, quando o líder leonino, de saída para os Açores no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, respondeu a críticas que tinham sido feitas pelo número 1 dos dragões.
“O senhor Pinto da Costa não respondeu por achar que não foi penálti ou por achar que não foi beneficiado, o presidente do FC Porto responde porque tocámos no ponto fraco, na sua ferida, que são os valores. Valores que o Sporting tem e que ele não tem. O senhor Pinto da Costa está habituado a ter do outro lado pessoas com telhados de vidro e pouca coragem, o que não é o caso deste Sporting. Sobre o que ele disse, sobre o ataque de Alcochete, é lamentável ver a colar-se a quem fez aquele ataque, mostra muito de quem é como homem e da sua índole. Indo um pouco atrás, esta semana foi rica. Questionado sobre o Apito Dourado, atirou areia para os olhos das pessoas e disse que é mais um processo em que muitos portugueses são arguidos mas que nada se passou por não haver condenações. Há dois dias fui ao Google e pus ‘Escutas + Apito Dourado’ e ouvi o que ouvi. O que eu oiço é o senhor Pinto da Costa, de viva a voz, o que disse. Pergunto e desafio a todos para que ouçam, não sobre a não condenação. Se são válidas ou não é outra coisa, é da Justiça. Num país de primeiro mundo, jamais poderia ser dirigente”, comentou na altura.
“Falando para todos os sócios e adeptos do Sporting, que sei que merecem há décadas ouvir isto de viva voz, e todos os portugueses que se levantam bem cedo para trabalhar e tentar vingar na vida não à custa da corrupção, do compadrio, dos esquemas, para todos eles: pode ter um grande sentido de humor, pode ser culturalmente acima da média, pode ter um currículo cheio de vitórias, mas um bandido será sempre um bandido e no final um bandido será sempre recordado como um bandido. No dia em que se retirar prestará um grande serviço ao futebol português e contribui para que Portugal tenha uma imagem de país de primeiro mundo”, acrescentou ainda nesse momento o presidente do clube verde e branco.
Três dias antes, em declarações ao Porto Canal na antecâmara da estreia do FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões em Inglaterra frente ao Manchester City, Pinto da Costa tinha abordado as críticas feitas por Frederico Varandas à atuação do árbitro Luís Godinho no clássico de Alvalade que terminou empatado.
“Temos de olhar para as pessoas conforme o momento que estão a viver e compreender também o seu passado no próprio clube. Olhe, a invasão de Alcochete, que é um dia negro no futebol português, mas só teve um beneficiado: o atual presidente do Sporting. Era o médico da equipa, esteve na final da Taça de Portugal perdida com o Desp. Aves e depois apareceu como candidato, fazendo um ataque à Juve Leo. Em qualquer claque do mundo há gente má e gente de bem, como entre as pessoas que foram a Alcochete também havia. Acho incrível fazer das claques um inimigo quando muitas vezes são elas que empurram as equipas para as vitórias. Portanto, ele tem que mostrar que está ativo, que é um defensor dos sócios, mas já ninguém vai nisso. No dia em que Frederico Varandas se dedicar à medicina, presta um grande serviço ao Sporting”, referiu a propósito da acusação de “vassalagem pelos poderes instalados no futebol nacional”.