Depois de banir os órgãos de informação russos críticos da invasão da Ucrânia e até as manifestações que contestam a política bélica do seu Governo, Putin passou a ser atacado por aqueles que, no Ocidente, são vistos como uma das suas armas de arremesso contra vizinhos, parceiros e inimigos: os hackers. E estes comunicam das formas mais diversas, mesmo a partir dos ecrãs dos pontos de carga para veículos eléctricos.
Os hackers, presumivelmente russos, acederam aos carregadores localizados na Rússia e, em vez de mensagens de boas-vindas ou a recordar o nome da companhia distribuidora de energia, expõem mensagens em oposição ao Governo de Putin. Imagine-se o espanto dos clientes que vão recarregar as baterias dos seus veículos eléctricos e, ao chegar ao posto de carga, são surpreendidos por mensagens no ecrã como “Glória à Ucrânia” e uma outra que tivemos mais dificuldade em traduzir.
EV chargers in Russia hacked, now reading “Glory to Ukraine!” on the screens. ???????? pic.twitter.com/dnYh3PhIQX
— Jaan of the EV Universe ⚡ (@TheEVuniverse) March 1, 2022
Pelos vídeos publicados nas redes sociais pela EV Universe, entre outros, ao chegar aos carregadores, os clientes foram informados que os postos estavam fora de serviço, anunciando ainda que não havia tomadas disponíveis, quando não estavam quaisquer veículos ligados. De seguida, apareciam mensagens em que era possível ler “Slava Ukrani”, ou “Glória à Ucrânia”, segundo o Google Translate, e “Putin Xujlo”, algo que o The Independent, recorrendo a um especialista mais exímio no vernáculo ucraniano, traduz como “Putin is a d*ckhead”.
A área controlada pelos hackers parece estar restrita aos pontos de carga espalhados pela M11, a auto-estrada que liga Moscovo a São Petersburgo. E se todos os pontos de carga foram controlados pelos hackers, será impossível para qualquer veículo eléctrico completar a viagem, que se estende por 704 km.
Independentemente deste caso poder divertir os que estão a favor dos ucranianos neste conflito, a verdade é que evidencia também a fragilidade de certas empresas e serviços, que tomamos por garantidos até ao momento em que um pirata informático decide intervir.