Pelo menos 35 jovens testaram positivo para a influenza A, dos 130 que foram à urgência Pediátrica do Centro Hospitalar de Leiria, revelou esta sexta-feira uma nota desta instituição de saúde.
Após várias informações veiculadas nas redes sociais sobre um possível surto de legionella em adolescentes e jovens adultos que participaram numa festa num estabelecimento de diversão noturna, mais de 200 jovens deslocaram-se ao hospital, na quinta-feira, com sintomas de febre, tosse e dores musculares.
“Até ao momento, foram observados 130 jovens na Urgência Pediátrica, com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos, com sintomas de febre, tosse e dores musculares. Encontra-se apenas um jovem sob vigilância. Foram detetados sete resultados positivos para a Covid-19 em 76 testes, 35 resultados positivos para influenza A e aguardam-se os resultados de mais 29 zaragatoas”, informa a nota do CHL.
Dadas as suspeitas iniciais, foram despistados eventuais surtos de legionella.
Urgência de Leiria recebe 37 jovens com febre e dores musculares mas descarta para já legionella
Recorreram também ao Serviço de Urgência Geral mais de 100 jovens adultos, com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, “com sintomas de febre, tosse, dores musculares e sintomas respiratórios, sem sinais de gravidade”.
“Foi diagnosticada gripe, que apresenta uma elevada taxa de transmissibilidade e os utentes já tiveram alta”, acrescenta o comunicado.
O delegado de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, Rui Passadouro, afirmou à Lusa que a suspeita de legionella está “completamente afastada”, uma vez que “nenhum teste antigénio deu positivo” para esta doença.
“Além disso, as condições de aparecimento rápido dos sintomas não se coadunam com a legionella“, explicou ainda o especialista.
Não obstante, a Autoridade de Saúde Pública de Leiria deslocou-se prontamente ao estabelecimento de diversão noturna visado como eventual foco da infeção. “Foi feita a colheita no local e ainda não temos os resultados. Mas não estamos nada preocupados”, sublinhou Rui Passadouro.
O especialista afirmou que estas situações de contágio rápido são “normais”, uma vez que “durante algum tempo andámos de máscara” e com a sua retirada “não há uma resposta imunitária tão rápida”.
Rui Passadouro assegurou ainda que o vírus influenza A, que provoca a gripe A, está incluído na atual vacina da gripe, pelo que quem foi imunizado com aquela estará mais protegido.
A afluência “extraordinária” obrigou o hospital a “realocar recursos humanos e prolongar turnos, mas com o empenho e dedicação de todos os profissionais foi possível triar e observar todos os utentes”, referiu ainda o hospital no comunicado.
“O CHL volta a sensibilizar a comunidade para não recorrer aos Serviços de Urgência em casos pouco ou não urgentes, de forma a não ficar comprometida a prestação de cuidados de saúde diferenciados a doentes emergentes e urgentes”, refere a mesma nota.