Dezenas de jovens, atraídos pelo sol e segurança, têm passado esta semana pelo Fórum do Emprego, em Paris, onde a associação de jovens franco-portugueses Cap Magellan tem promovido ofertas de trabalho em França e em Portugal.
“A principal motivação é o sol, um país com melhor meteorologia. Um país com mais segurança, também. Temos ainda pais que querem que os filhos estudem em Portugal e, por isso, estão dispostos a mudar a carreira para viver em Portugal”, afirmou Elsa Macieira, responsável pelo departamento Rede e Eventos da Cap Magellan, em declarações à agência Lusa.
Este ano, o Fórum do Emprego multiplica-se em diversos locais e plataformas, entre grandes feiras de emprego a Paris e os consulados portugueses. Esta terça-feira a Cap Magellan esteve no Consulado-Geral de Portugal em Paris, onde jovens franco-portugueses vêm à procura de uma oportunidade para mudar de vida.
“Acredito que Portugal tem muitas oportunidades. É um país do qual me sinto muito próxima, quero lá estar para aproveitar essas oportunidades”, afirmou Leonor Gomes, de 25 anos, que participou na iniciativa.
Leonor nasceu em Versalhes, mas os pais são da região de Coimbra. Estudou português e espanhol e fez uma especialização em mestrado em internacionalização de empresas, tendo passado um ano em Erasmus em Portugal e ficado a vontade de regressar.
“Há um nível de conforto de vida que é equivalente, e há algo no meu íntimo que quer ir para Portugal. Os meus pais apoiam-me e estão orgulhosos da minha relação com Portugal”, indicou.
Em breves encontros, as voluntárias da Cap Magellan mostram aos jovens as ofertas de trabalho, mas também ajudam a redigir currículos e orientam para outras oportunidades de emprego dentro da área de cada um.
“Eu cheguei em setembro para fazer um mestrado em Direito Internacional Público na Sorbonne, as minhas aulas estão a terminar e eu preciso de um estágio para ter a validação do mestrado. É muito difícil e eu achei incrível esta iniciativa”, constatou Vanessa Gonçalves Alvarez.
Esta brasileira de 31 anos é advogada e veio especializar-se na capital francesa, mas considera mudar-se para Portugal, já que tanto a pandemia de Covid-19 como a guerra na Ucrânia fazem-na sentir pouco confortável em terras gaulesas.
“Para mim ir para Portugal é uma ideia muito importante. Eu vim no meio da pandemia, agora a guerra com a Ucrânia, todas estas questões psicológicas mexem muito connosco e eu preferia ir para Portugal”, disse a advogada.
A Cap Magellan apresenta neste Fórum cerca de 50 oportunidades de emprego, um quinto em Portugal, havendo cada vez mais interesse por parte de empresas portuguesas e francesas de ter pessoas em Portugal com um bom nível de francês e que compreendam a França.
“O número de ofertas aumentou em Portugal porque as empresas pedem pessoas que falem francês, muitas vezes no telemarketing, mas está a mudar. Temos tido pedidos de engenheiros. O mercado está a mudar e temos ofertas mais diversas”, contou Elsa Macieira.
O Fórum do Emprego prossegue no dia 9 de março com uma jornada em videoconferência com jovens em Lille, Lyon em Bordéus, mas também de outros pontos de França. Estes encontros foram promovidos em parceria com os consulados portugueses nessas cidades.