Desde a tomada da central nuclear de Chernobyl, logo no primeiro dia da invasão russa à Ucrânia, a situação no local está a deteriorar-se. De acordo com relatórios da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA, sigla em inglês), os funcionários não têm tido direito ao descanso, não conseguindo alternar os turnos de trabalho.
Nas últimas horas, a situação agravou-se: a organização deu conta de que a “transmissão remota de dados dos sistemas de monitorização” perdeu-se, estando agora a explorar-se alternativas, uma das quais que consiste na recolha de informação da “situação dos sistemas de monitorização nucleares” em toda a Ucrânia.
A IAEA informa, num comunicado publicado esta terça-feira, que os trabalhadores têm vivido na central nuclear: o mesmo grupo de pessoas tem estado a trabalhar desde dia 24 de fevereiro, não sendo claro quanto dura uma jornada de trabalho. A organização indica que os funcionários têm tido acesso a alimentos, água e medicamentos mas de forma “limitada”, se bem que a situação “se esteja agravar”.
Rafael Grossi, diretor-geral da IAEA, já veio alertar para a necessidade de descanso dos trabalhadores. “Estou muito preocupado com a dificuldade e a situação tensa que os trabalhadores da central nuclear de Chernobyl estão a enfrentar”, disse o responsável, enfatizando que existem “potenciais riscos para a segurança nuclear”. “Exorto às forças que controlam o local para que urgentemente permitam a rotação de trabalhadores.”
Para controlar a situação, o diretor-geral da IAEA já se disponibilizou para se deslocar à central nuclear, ou mesmo a qualquer local da Ucrânia, para assegurar que o “compromisso pela segurança de todas as centrais nucleares ucranianas”, mas a Rússia ainda não deu qualquer resposta.