Novas imagens captadas por um satélite a 600 quilómetros de altitude revelam o rasto de destruição deixado na cidade ucraniana de Mariupol e de Chernihiv após os ataques praticados pelas forças invasoras da Rússia. As fotografias foram publicadas pela Maxar Technologies, a mesma empresa que alertou para a existência de uma coluna de forças militares russas com 64 quilómetros às portas de Kiev.
Uma comparação com as imagens captadas a 21 de junho do ano passado e a 28 de fevereiro com as produzidas na última quarta-feira em Mariupol expõe o resultado dos bombardeamentos e dos confrontos nas cidades. A composição das imagens cedidas pela Maxar Technologies foi gerada pelo Observador: arraste a coluna branca no centro dela para explorar o impacto dos confrontos.
A tensão entre as forças ucranianas e as russas em Mariupol, na região costeira de Donetsk escalou desde 3 de março e já resultou em ataques a uma maternidade e a um hospital pediátrico, além de outros edifícios residenciais, como demonstram as próximas imagens. Três pessoas morreram na sequência do bombardeamento ao hospital, uma das quais uma criança.
As fotografias aqui em baixo também comprovam o resultado dos bombardeamentos numa zona de vivendas, apartamentos e condomínios civis no centro da cidade.
As próximas imagens revelam a devastação num complexo comercial em Mariupol: a infraestrutura em baixo era um centro comercial e reunia lojas outlet; e o edifício na parte de cima das fotografias era um supermercado. Sergiy Orlov, autarca da cidade, comparou o cenário a um “genocídio puro” porque os ataques já resultaram na morte de mais de 1.600 pessoas.
Esta é outra zona comercial na cidade portuária de Donetsk. Um dos prédios, que existiam lado a lado, é uma estação de serviço, um supermercado e uma loja de mobiliário. O outro prédio tinha um centro comercial e uma loja de colchões. Mais abaixo, no complexo em “L”, funcionava um dos negócios com mais sucesso na Ucrânia — a Epicentr K, uma cadeia de lojas de decoração, jardim e mobiliário.
A Maxar Technologies também revelou como os bombardeamentos destruíram um edifício da Epicentr K em Chernihiv, no oblast ucraniano de Tchernihiv, no norte do país. Segundo o autarca Vladyslav Atroshenko, a cidade está “cercada” pelas tropas russas. À semelhança do que acontece em Mariupol, também em Chernihiv estão a abrir-se valas comuns para enterrar as vítimas dos bombardeamentos.
Estas composições de imagens do antes e depois de Mariupol e Chernihiv surgem numa altura em que se teme o uso de bombas termobáricas, bombas de fragmentação e armas químicas no conflito entre a Rússia e Ucrânia. A Organização das Nações Unidas já disse ter informação de que Vladimir Putin já utilizou armamento proibido, mesmo em zonas povoadas.