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Taarabt, o Henrique merecia muito mais do que isto (a crónica do Benfica-Vizela)

Este artigo tem mais de 2 anos

Taarabt foi expulso nos primeiros 10 minutos, Henrique Araújo estreou-se a marcar pela equipa principal instantes depois de entrar. No fim, Benfica empatou com o Vizela. E Henrique merecia muito mais.

O jovem avançado, de apenas 20 anos, marcou instantes depois de entrar
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O jovem avançado, de apenas 20 anos, marcou instantes depois de entrar

Gerardo Santos

O jovem avançado, de apenas 20 anos, marcou instantes depois de entrar

Gerardo Santos

Uma sexta-feira, quase a meio de março, antes de uma segunda mão decisiva nas contas dos oitavos de final da Liga dos Campeões. O dia não podia ser mais insuspeito mas a verdade é que, na Luz e contra o Vizela, o Benfica podia atingir uma velocidade cruzeiro decisiva para o que ainda resta da temporada. Chegar à terceira vitória consecutiva na Liga, algo que Nélson Veríssimo ainda não havia atingido desde que rendeu Jorge Jesus, era o início da confirmação de algo que há muito tem fugido aos encarnados: estabilidade.

“O grupo de trabalho sabe, desde o início, que todos os três pontos são importantes. A exigência do clube e do grupo é lutar sempre pelos três pontos. Temos três jogos até à paragem de março: dois em casa, Vizela e Estoril, e o Ajax. Sabemos que temos de os vencer em função dos nossos objetivos. Sabemos que temos uma diferença para o segundo classificado que temos de diminuir. Dependemos de nós nos três pontos em cada um dos jogos e do que eles [FC Porto e Sporting] possam fazer nos seus jogos. Não há responsabilidade extra, a exigência mínima é ganhar. É para isso que trabalhamos com compromisso e entrega, sabendo o que pretendemos e o que andamos a fazer”, explicou Veríssimo na antevisão, garantindo que a receção ao Vizela era a prioridade antes da deslocação a Amesterdão para decidir a passagem aos quartos de final da Liga dos Campeões com o Ajax.

Ficha de jogo

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Benfica-Vizela, 1-1

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)

Benfica: Vlachodimos, Lázaro, Morato (Henrique Araújo, 75′), Vertonghen, Grimaldo, Rafa, Weigl, Taarabt, Diogo Gonçalves (Meïté, 64′), Gonçalo Ramos (Everton, 88′), Darwin

Suplentes não utilizados: Helton Leite, Everton, João Mário, Gil Dias, André Almeida, Paulo Bernardo, Tomás Araújo

Treinador: Nélson Veríssimo

Vizela: Pedro Silva, Koffi (Ofori, 70′), Bruno Wilson (Aidara, 72′), Anderson, Kiki Afonso, Claudemir, Rashid (Marcos Paulo, 45′), Samu, Sarmiento (Nuno Moreira, 45′, Méndez, 87′), Kiko Bondoso, Cassiano

Suplentes não utilizados: Charles, Zohi, Richard Etim, Schettine

Treinador: Álvaro Pacheco

Golos: Cassiano (65′), Henrique Araújo (75′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Rashid (12′), a Bruno Wilson (17′), a Kiki Afonso (45′), a Darwin (64′), a Kiko Bondoso (78′), a Grimaldo (86′), a Mendéz (90+3′); cartão vermelho direto a Taarabt (7′)

As contas eram simples. Depois de derrotar V. Guimarães e Portimonense, o Benfica tinha a oportunidade de vencer um Vizela que estava apenas três pontos acima da zona de despromoção para chegar às três vitórias consecutivas. Numa altura em que o Sporting acabou de ser eliminado das competições europeias, o que significa que já só tem de se preocupar com o Campeonato e a segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, os encarnados estão a atingir um ponto de consistência exibicional e estabilidade de resultados que só encontra paralelo no início da temporada. Ganhar ao Vizela, mais do que conquistar três pontos, era continuar a afastar fantasmas para preparar uma reta final de época que tem como grande objetivo o apuramento direto para a Champions.

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Ainda assim, Nélson Veríssimo não tinha o grupo inteiro à disposição. Otamendi era baixa devido a um problema no tornozelo, Gilberto estava lesionado e Yaremchuk era baixa por ter passado os últimos dias com febre — a mesma questão que, na semana passada, afetou Darwin. Assim, o Benfica atuava com Morato a fazer dupla com Vertonghen no eixo defensivo e Lázaro na direita da defesa, enquanto que Darwin voltava ao onze e aparecia no ataque apoiado por Rafa e Diogo Gonçalves, a grande surpresa num onze inicial que não tinha Everton. No meio-campo, tal como tem acontecido nas últimas partidas, Taarabt fazia companhia a Weigl.

De forma natural, o Benfica começou o jogo a assumir o controlo das ocorrências, mostrando vontade de construir logo a partir do meio-campo e explorar essencialmente as investidas de Rafa e Diogo Gonçalves por espaços interiores para oferecer os corredores a Grimaldo e Lázaro. Contudo, ainda sem estarem cumpridos 10 minutos, todas as estratégias tiveram de ser alteradas e readaptadas. Taarabt cometeu uma falta dura sobre Kiki Afonso, começou por ver cartão amarelo mas Manuel Oliveira, recorrendo às imagens do VAR, acabou por expulsar o médio marroquino com vermelho direto, deixando os encarnados em inferioridade numérica com praticamente todo o encontro por disputar.

Nélson Veríssimo voltou a desenhar a equipa, puxando Gonçalo Ramos para a zona do meio-campo e passando a atuar numa espécie de 4x4x1, com Darwin enquanto referência ofensiva e duas linhas muito vincadas à espera dos avanços do Vizela. A equipa de Álvaro Pacheco, de forma natural, procurou beneficiar da superioridade numérica e subiu as linhas e os setores, passando a construir bem mais acima e assumindo maior posse de bola. Ainda assim, o Benfica soube reorganizar-se defensivamente e nunca permitiu que o controlo do adversário fosse avassalador, mantendo o equilíbrio e garantindo que o Vizela não conseguisse sequer chegar com perigo à baliza de Vlachodimos.

Na verdade, e mesmo a jogar com menos um, os encarnados eram a equipa mais perigosa e ficavam perto de abrir o marcador em praticamente todos os lances em que aceleravam e soltavam a transição rápida. Darwin teve a primeira ocasião já perto da meia-hora (27′), Weigl rematou ao lado depois de um cruzamento de Grimaldo (34′), Pedro Silva roubou um golo certo ao avançado uruguaio após um passe de Lázaro (42′) e Morato, já nos descontos, atirou por cima na sequência de um canto (45+2′). Pelo meio, o Vizela só ficou realmente perto de marcar através de Sarmiento, que obrigou Vlachodimos a uma intervenção atenta com um pontapé cruzado (35′).

No final da primeira parte, Benfica e Vizela estavam ainda empatados sem golos e os encarnados, apesar de em inferioridade numérica desde muito cedo, tinham sido a equipa mais perigosa — e, na verdade, a única que justificava estar em vantagem na partida. Gonçalo Ramos, que foi forçado a recuar para zonas mais intermédias depois da expulsão de Taarabt, ia realizando uma exibição de enorme sacrifício e entrega, sendo o grande motor da equipa na hora do contra-ataque e servindo como verdadeiro playmaker a partir da faixa central.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Benfica-Vizela:]

Na segunda parte, Álvaro Pacheco tirou Rashid e Sarmiento para lançar Marcos Paulo e Nuno Moreira e as diferenças no Vizela foram evidentes. O primeiro passou a dar um apoio ao ataque o iraquiano nunca tinha conseguido oferecer e o segundo tornou-se o elemento mais perigoso no último terço, com os visitantes a somarem lances de perigo e oportunidades no quarto de hora inicial do segundo tempo. Nesse período, Nuno Moreira acabou por ter a melhor ocasião, com um remate de primeira já na grande área que Vlachodimos defendeu (55′), e o Benfica atravessou a pior fase do encontro — os encarnados não tinham posse de bola, não conseguiam sair em transição rápida e limitavam-se a defender, forçados a encostar atrás face às investidas adversárias.

Veríssimo tentou responder com a entrada de Meïté, que substituiu Diogo Gonçalves e entrou com a tarefa de dar músculo e resistência ao meio-campo, mas o Vizela não demorou muito mais a chegar ao inevitável. Através de uma jogada bem desenhada, com um passe vertical de Kiko e uma assistência certeira de Koffi, Cassiano rematou de primeira e abriu o marcador, colocando o Benfica a perder na Luz (65′). Álvaro Pacheco foi forçado a fazer duas substituições pouco depois de chegar à vantagem, já que Bruno Wilson e Koffi saíram com problemas físicos, e os encarnados acabaram por beneficiar de um período totalmente incaracterístico em que o jogo partiu para alcançar o empate.

Henrique Araújo, jovem avançado da equipa B que tinha acabado de entrar para substituir Morato, aproveitou uma defesa incompleta de Pedro Silva após um remate de Gonçalo Ramos para encostar, fazer o empate e estrear-se a marcar pela equipa principal (75′). Até ao fim, o Vizela ainda procurou segurar o jogo, retirando intensidade às dinâmicas e apostando sempre na posse de bola na zona do meio-campo, mas o Benfica passou mesmo os últimos 10 minutos completamente inserido no último terço adversário. Darwin teve a derradeira oportunidade, com um pontapé que Pedro Silva defendeu ao 11.º (!) minuto de descontos, mas os encarnados não conseguiram evitar o empate.

No fim, o Benfica não foi além de um empate na Luz com o Vizela e pode ficar a seis pontos do segundo lugar do Sporting se os leões vencerem o Moreirense na próxima segunda-feira. Num dia em que Taarabt foi expulso de forma displicente ainda dentro dos primeiros 10 minutos, Henrique Araújo estreou-se a marcar pela equipa principal e foi o único que conseguiu concretizar o que todos os outros procuraram durante mais de 90 minutos. E não deixa de ficar a ideia de que Henrique merecia muito mais do que aquilo que Taarabt lhe conseguiu dar.

 
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