789kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 20.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Vigésimo dia de guerra é marcado pelo retomar da quarta sessão de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, após uma “pausa técnica”. Pelo menos quatro mortos nos bombardeamentos de Kiev.

Kyiv in morning on March 12, 2022
i

NurPhoto via Getty Images

NurPhoto via Getty Images

Ao 20.º dia de guerra entre a Rússia e a Ucrânia estão a ser retomadas as negociações depois de uma “pausa técnica” na quarta sessão de encontros. Esta terça-feira está também a ser marcada por mais bombardeamentos a edifícios residenciais na capital ucraniana, Kiev. Pelo menos quatro pessoas morreram num dos ataques.

Além de intensificarem os bombardeamentos a Kiev nas últimas horas, as forças militares russas estão com forte presença no nordeste da Ucrânia, a atacar e cercar cidades como Kharkiv, Sumy (onde será aberto um novo corredor humanitário) ou Chernihiv. Um briefing do Pentágono deu, porém, conta que quase todas as ofensivas militares russas estão paradas depois de terem feito poucos progressos no fim de semana, o que inclui os ataques às cidades de Chernihiv e Kharkiv.

Os militares da Rússia estão ainda a cerca de 15 quilómetros do centro de Kiev. Na zona leste e sul do país há partes já dominadas pelos militares russos, como as regiões separatistas de Lugansk e Donestsk, Crimeia e Kherson. Nos últimos dias, houve ataques também na zona ocidental do país, como na cidade de Lviv.

Fica aqui um ponto de situação, e pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O que aconteceu durante a noite?

O primeiro-ministro da Eslovénia, Janez Janša; da Polónia, Mateusz Morawiecki; e da República Checa, Petr Fiala, já estão reunidos com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Kiev. É “um poderoso testemunho de apoio”, considerou o chefe de Estado da Ucrânia.

Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, disse hoje em entrevista à CNN norte-americana que vai existir uma “Ucrânia independente” durante muito mais tempo do que “vai existir um Vladimir Putin”.

A agência de cibersegurança da Alemanha lançou um alerta esta terça-feira para os utilizadores do um software antivírus desenvolvido pela Kaspersky, com sede em Moscovo, na Rússia, dizendo que representa um sério risco para um potencial ataque de hackers.

Às 01h38, ouviam-se sirenes na capital ucraniana de Kiev — um alerta sonoro em como mais ataques por tropas russas podem estar iminentes.

O que aconteceu durante a tarde?

As negociações entre a Rússia e a Ucrânia foram suspensas, estando previsto retomarem amanhã. Mykhailo Podolyak, conselheiro de Volodymyr Zelensky, disse que existem “discrepâncias fundamentais” entre os dois países, mas que “certamente há espaço para concessões”.

Ao início da tarde, durante uma conferência de imprensa, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, voltou a garantir que um ataque a um aliado terá uma resposta de toda a aliança. A organização militar está também a “seguir atentamente quaisquer indícios” de apoio da China à Rússia.

A Rússia retaliou o Ocidente, impondo “sanções individuais” contra Joe Biden, Antony Blinken e Justin Trudeau. Presidentes do Canadá e dos EUA não poderão entrar na Rússia, bem como Hillary Clinton que reagiu com ironia e “agradeceu o prémio carreira”.

Durante a tarde, e enquanto a ronda de negociações entre os dois países aconteciam, Vladimir Putin acusou a Ucrânia de “não mostrar uma atitude séria para encontrar uma solução”.

Um dos temas que mais tem marcado as últimas horas foi o cartaz que a jornalista russa mostrou em direto no canal estatal russo. Após ter sido interrogada durante 14 horas e inicialmente lhe ter sido negado apoio jurídico, Marina Ovsyannikova foi libertada, apesar de ter de pagar uma multa de 300 mil rublos (cerca de 238€). No entanto, ainda não é claro se a manifestante antiguerra será sujeita a outro julgamento.

Ainda na Rússia, mais de 40 mil sírios já terão voluntariado para lutar na Ucrânia ao lado das forças russas. É-lhes prometido um salário de 3 mil dólares e é no Facebook um dos meios em que acontece o recrutamento.

Da Ucrânia chegaram más notícias: um operador de câmara norte-americano, Pierre Zakrzewski, e uma jornalista ucraniana de 24 anos, Oleksandra Kurshynova, acabaram por morrer após um ataque das forças russas dirigido a um carro. Benjamin Hall, um jornalista britânico que foi atingido por esta ofensiva, está ferido com a gravidade, tendo perdido parte da perna.

Volodymyr Zelensky falou, por videochamada, ao Parlamento canadiano, agradecendo o apoio do país. O Presidente ucraniano voltou a apelar a uma zona de exclusão aérea.

As forças russas entraram no maior hospital da cidade de Mariupol, no sul da Ucrânia, e estão a impedir que médicos e utentes abandonem o edifício, disse Sergei Orlov, vice-presidente da Câmara da cidade.

Já há eletricidade na Central Nuclear de Chernobyl confirmaram fontes oficiais ucranianas à Agência Internacional de Energia Atómica. A central já não está dependente dos geradores de emergência, que funcionam a diesel.

Por cá, houve uma sessão da Comissão Permanente dedicada em parte à guerra na Ucrânia. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, fala em “abalo tectónico” na Europa. Solução é combinação entre “firmeza e prudência” para lidar com Rússia. Por agora, o governante considera que o país está numa “posição relativamente protegida”, mas é obrigado a tomar medidas por ser uma “vítima indireta” dos efeitos da guerra.

O que aconteceu durante a madrugada e a manhã?

Kiev acordou com o som de bombardeamentos em vários pontos da cidade. Pelo menos dois edifícios residenciais, no noroeste e oeste da capital, foram atingidos esta manhã, provocando a morte de quatro pessoas (o balanço inicial era de dois óbitos e uma hospitalização). Também a fachada de uma das estações de metro de Kiev (Lukyanivska) ficou destruída.

Mapa atualizado a 15 de março

Por causa dos ataques dos últimos dias, Kiev vai impor um recolher obrigatório de 35 horas, entre a noite desta terça-feira e a manhã de quinta-feira.

Um ataque perpetrado pelas forças russas com dois mísseis destruiu uma pista do principal aeroporto civil de Dnipro, no leste do país, na noite passada, segundo o governador da região. O The New York Times acrescenta que além da pista também um terminal ficou danificado.

A Ucrânia espera abrir nove corredores humanitários esta terça-feira, entre eles o de Mariupol, cidade portuária estratégica que tem estado cercada. As forças ucranianas vão ainda tentar fornecer bens humanitários à cidade, que já deveriam ter chegado no domingo.

Já foi retomada a quarta sessão de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, após uma “pausa técnica” pedida na segunda-feira, segundo a agência bielorrussa Nexta.

Pelo menos 19 pessoas morreram na sequência do ataque à torre de televisão de Rivine, no noroeste da Ucrânia, esta segunda-feira de manhã, refere a Sky News. A atualização anterior, feita na segunda-feira pelo chefe do governo regional, apontava para nove vítimas mortais.

O presidente ucraniano avisou Boris Johnson e um grupo de representantes de governos bálticos e nórdicos, reunidos em Londres, que “todos nós somos alvos da Rússia”. “Ajudem-se a vós próprios ajudando-nos a nós“, pediu Zelensky, através de vídeo.

A região de Chernihiv, que tem sido alvo de ataques russos, emitiu esta terça-feira um alerta de ataque aéreo a nível nacional, instando os cidadãos a abrigarem-se.

As Forças Armadas ucranianas estimam que 13.500 soldados russos tenham morrido devido ao conflito, refere a Sky News. O número é muito superior aos únicos dados confirmados pelas forças russas, no início de março: 500.

A UE formalizou o novo pacote de sanções à Rússia, que inclui a proibição de exportação de bens de luxo para o país e o alargamento da lista de oligarcas abrangidos pelas restrições. Também o Reino Unido vai apertar as sanções à Rússia, com a proibição da venda de bens de luxo e o aumento das taxas para a importação de vodka.

O preço do petróleo desceu abaixo de 100 dólares (em Londres), esta terça-feira, pela primeira vez em duas semanas. A cotação tem estado a recuar nesta sessão.

O ministro das Finanças português, João Leão, disse que só em maio deverá ser tomada uma decisão sobre a continuidade ou não da suspensão das regras orçamentais europeias por mais um ano.

A jornalista russa que mostrou um cartaz anti-guerra na televisão estará detida há mais de 12 horas, em Moscovo, pelas autoridades russas, segundo Pavel Chikov, um advogado russo e ativista dos direitos humanos.

O conflito na Ucrânia faz 73.000 crianças refugiadas por dia, o que equivale a mais de 50 por minuto, segundo um balanço do porta-voz da Unicef James Elder. No total, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 1,4 milhões de crianças fugiram da Ucrânia devido à invasão, num total de três milhões de pessoas.

Os chefes do governo da República Checa, da Polónia e da Eslovénia viajaram para Kiev de comboio, na terça-feira, como forma de mostrar apoio à Ucrânia em nome da UE. Segundo a Reuters, Michal Dwoczyk, da comitiva polaca, adiantou aos jornalistas que a delegação atravessou a fronteira entre a Polónia e a Ucrânia depois das 8 da manhã, hora polaca (7 da manhã em Portugal continental).

Um jato que pertence ao oligarca luso-russo Roman Abramovich, alvo de várias sanções de países ocidentais, aterrou em Moscovo ao início desta terça-feira, depois de ter passado por Istambul, na Turquia, segundo dados do site de monitorização de voos FlightRadar 24, citados pela Reuters. A agência de notícias diz, porém, que não conseguiu confirmar se Abramovich estava ou não a bordo do jato que chegou à Rússia.

Um conselheiro de Zelensky disse que a guerra irá terminar “até maio” uma vez que a Rússia está a ficar sem tropas e outros recursos para prolongar a invasão. Por essa altura, acredita, as duas partes vão chegar a um acordo de paz, disse Oleksiy Arestovich.

Um briefing do Pentágono dá conta de que quase todas as ofensivas militares russas estão paradas depois de terem feito poucos progressos no fim de semana. Os militares da Rússia estão ainda a cerca de 15 quilómetros do centro de Kiev, segundo um oficial de defesa dos EUA citado pela Reuters. Também os ataques às cidades de Chernihiv e Kharkiv estão parados, mas a Rússia terá destacado um grupo de 50 a 60 veículos em direção à cidade de Izium, na zona sudeste do país.

A energia voltou à central nuclear de Chernobyl, segundo a imprensa ucraniana, citada pelo The Guardian. A central, que até aqui funcionava com um gerador depois de ter sido tomada pelas forças russas, já informou a Agência Internacional de Energia Atómica.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora