As primeiras rondas de Indian Wells não correram propriamente da mesma forma para um dos casais mais mediáticos do ténis na atualidade. Pela parte positiva, Gaël Monfils, 28.º do ranking ATP, começou por bater o sérvio Filip Krajinovic antes de provocar a grande surpresa da prova este ano ao vencer Daniil Medvedev com os parciais de 4-6, 6-3 e 6-1, tirando ao russo a posição de número 1 do mundo. No polo negativo, Elina Svitolina, 18.ª da hierarquia WTA, foi logo eliminada na ronda inicial pela britânica Harriet Dart também em três sets por 2-6, 6-3 e 6-3. No entanto, nesta fase e nas últimas três semanas, os resultados são aquilo que menos interessa ao francês e à ucraniana. E nem os sucessos conseguidos apagam tudo o resto.

“É um facto, não está a ser fácil ver… Não sei como se diz em inglês, a minha família mais próxima. Digamos que é a minha segunda família, a batalhar. Não é fácil ver a minha mulher nas últimas semanas a chorar todas as noites. Foi complicado, foi mesmo complicado”, comentou o francês de 35 anos, que chegou aos quartos do Open da Austrália, onde caiu apenas em cinco sets com o italiano Matteo Berrettini, e que ganhara ainda antes, logo no início do ano, o Torneio de Adelaide após bater o russo Karen Khachanov.

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“É claro que estive e que estou sempre lá todos os dias para ela e para a família. Ainda são muitas as pessoas da família que estão lá. É complicado descrever porque estou dentro da situação. Estou dentro. E é tudo um bocado de loucos, se pararmos e pensarmos um bocado… Mas temos tentado gerir a situação da melhor forma que conseguimos. Da minha parte, tento sempre ser o seu ombro, tudo o que ela precisar. E o mesmo para a minha segunda família, faço tudo para que se sintam bem e seguros”, acrescentou Monfils.

De recordar que, antes de Indian Wells, Svitolina tinha estado no Open de Monterrey, onde numa primeira fase chegou mesmo a dizer que se recusava jogar com a russa Anastasia Potapova. Acabou por voltar atrás, venceu de azul e amarelo, e deixou uma mensagem ao mundo. “Estou a jogar pelo meu país. Considero que a minha missão é unir a comunidade do ténis à volta da Ucrânia, ajudar a Ucrânia, por causa daquilo por que estamos a passar, algo horrível para todos os ucranianos. É por isso que estou aqui. É por isso que estou a jogar pelo meu país e a dar o meu melhor fazendo uso da minha plataforma e dos meus recursos para falar do que se está a passar e convidar as pessoas para apoiarem o meu país”, frisou.

Svitolina doa prémios obtidos em Monterrey ao exército ucraniano

A tenista ucraniana acabaria por cair nos quartos do torneio frente à colombiana Camila Osorio, o que não impediu de doar todos os prémios ao exército ucraniano. “Compatriotas, todos os dias receio por vocês. Estou devastada, os meus olhos não param de chorar, o meu coração não pára de sangrar. Mas estou tão orgulhosa. Ver as nossas pessoas, os nossos pais, as nossas mães, os nossos irmãos, as nossas irmãs, os nossos filhos. São fortes e corajosos a defender-nos. São uns heróis. Comprometo-me a distribuir todos os prize moneys dos meus próximos torneios para auxiliar o exército e os meios humanitários que nos ajudem“, escreveu nas redes sociais depois da invasão russa e quando estava no Open de Monterrey, no México.