A Alemanha alcançou na quarta-feira um novo máximo de infeções com o SARS-CoV-2, com a incidência acumulada acima dos 1.600 contágios, na mesma altura em que o parlamento começou a debater várias propostas sobre a vacinação obrigatória.
De acordo com as informações atualizadas do Instituto Robert Koch, a Alemanha contabilizou 294.931 infeções nas últimas 24 horas, mais 32.179 do que há uma semana. O país registou 17,9 milhões de infeções desde o início da pandemia. Há três dias os números atingem novos máximos.
A incidência acumulada a sete dias situava-se esta quinta-feira nos 1.651,4 contágios por cada 100.000 habitantes, mais 50 do que na quarta-feira.
O país também contabilizou mais 278 óbitos provocados pela Covid-19 e o número total de mortes desde o início da pandemia ascendeu aos 126.420.
No Bundestag, a “câmara baixa” do parlamento alemão, começou esta quinta-feira o debate sobre as propostas apresentadas pelos grupos parlamentares no sentido de legislar sobre a obrigatoriedade da vacinação que o Governo pretende implementar.
Um dos projetos, apresentado por um grupo de deputados da coligação composto por sociais-democratas, verdes e liberais, propõe a vacinação obrigatória para todos os adultos a partir dos 18 anos.
“É uma valoração moralmente complexa, mas isso não pode implicar que não cumpramos com a nossa responsabilidade pela saúde das pessoas deste país. A interpretação da liberdade por parte de uns poucos pode conduzir à restrição permanente da liberdade da maioria“, advogou o vice-chanceler alemão, Robert Habeck.
Um outro grupo de parlamentares, na maioria liberais, apresentou um projeto-lei que prevê que todos os adultos recebam aconselhamento obrigatório sobre a necessidade de aderirem à vacinação, impondo a obrigatoriedade apenas a partir dos 50 anos.
Na ótica do deputado liberal Andrew Ullamnn, a iniciativa “tem pontos” em comum com todas as outras propostas e também permite “proteger os mais vulneráveis”.
Os diplomas deverão ser votados no parlamento em abril, prevendo-se que a vacinação obrigatória entre em vigor no outono.
No entanto, várias restrições impostas para mitigar a propagação da pandemia poderão ser levantadas em 20 de março, depois de uma reunião entre o chanceler alemão, Olaf Scholz, e os 16 líderes dos estados federais para analisar a evolução da situação pandémica no país.
A obrigatoriedade de utilização de máscaras em hospitais e lares de idosos deverá continuar e restrições pontuais poderão ser aplicadas em locais onde tenham sido detetados focos de contágio.
A reunião entre o Governo central alemão e os líderes dos estados federais também deverá abordar a distribuição dos refugiados ucranianos que chegam ao país e o aumento do preço dos combustíveis, por causa da invasão da Rússia à Ucrânia, conflito que vai no 22.º dia.