É um passo importante para o homem — e, neste caso, uma mulher — voltar a pisar a superfície da Lua, 50 anos depois. A Artemis I, a primeira e ambiciosa missão da NASA que vai servir para voltar a colocar uma equipa de astronautas na Lua e trabalhar futuras explorações de Marte, conheceu esta quinta-feira novos avanços, estando o foguetão “mais poderoso do mundo” agora a ser colocado na posição de lançamento.
Dada a complexidade da missão, há variados passos a dar até que a Artemis I (que será seguida pela II e III) seja lançada. Mas esta tarde, na Florida, no Space Kennedy Center, foi exibido o foguetão do Sistema de Lançamento Espacial (SLS), com a nave Orion, e começou um percurso que durará onze horas até estar colocado na plataforma de lançamento.
Depois disso, faltará apenas fazer os últimos testes até que nos próximos meses (as previsões apontam para maio, mas já foram alteradas várias vezes) esteja pronto para ser lançado em direção ao espaço, sendo que irá mais longe do que qualquer nave destinada a transportar humanos até hoje.
A primeira missão, a Artemis I, irá viajar à volta da Lua ainda sem tripulação, e apenas com um manequim a bordo, numa missão que durará poucas semanas, acabando por aterrar no Oceano Pacífico. A Artemis II já levará uma tripulação à volta da Lua e a Artemis III transportará mesmo os astronautas que tocarão a superfície da Lua.
Por agora, as onze horas que já começaram a contar representam o culminar de um processo de “anos de planeamento e testes meticulosos” e um “evento histórico e emotivo”, como descreveu uma representante da NASA durante o evento no Space Kennedy Center. E além do regresso do homem à Lua, as missões que sucederão à Artemis I irão fazer História em vários sentidos: quando a nave for tripulada, levará pela primeira vez “uma mulher e uma pessoa de cor” que pisarão a Lua.
O SLS, “único foguetão capaz de lançar humanos no espaço profundo”, constitui assim um marco sério na história da investigação espacial, que em dezembro de 1972 (com a missão Apollo 17) mandou pela última vez astronautas tocar a superfície lunar. Agora, a ideia é conseguir preparar uma estada mais prolongada, pôr uma equipa na Lua em 2024 e recolher informações para prosseguir com as explorações de Marte, incluindo missões humanas.
Estes primeiros passos foram sendo adiados por vários motivos nos últimos meses: o lançamento deveria ter acontecido em novembro, segundo as contas da NASA, mas graças à pandemia de Covid-19 ou tempestades como o furacão Ida, lembra a CNN Brasil, atrasaram o arranque. Agora, finalmente, “estamos cada vez mais perto de embarcar numa nova era de exploração humana no espaço profundo”, disse o administrador da NASA Bill Nelson. Assim, estaremos a “abrir caminho para explorar a Lua, Marte e além por muitos anos”.
O foguetão que foi exibido esta quinta-feira na Florida, com grande pompa — houve emissão em direto no canal de Youtube da NASA e uma atuação de Eddie Vedder pelo meio — impressiona pelo tamanho: mede 100 metros e é mais alto do que a Estátua da Liberdade.
A comparação também é simbólica, diz Tom Whitmeyer, administrador adjunto para desenvolvimento de sistemas de exploração da NASA, citado pela CNN: “Gosto de pensar nele como a Estátua da Liberdade, porque é uma equipa muito inclusiva, representa todos. O foguete, em si, foi construído com pessoas de todos os estados dos Estados Unidos. E é uma conquista muito importante para este país.”