Os Estados Unidos advertiram esta terça-feira que cabe ao Irão desbloquear as negociações para salvar o acordo sobre o programa nuclear iraniano, que ainda se debate com algumas questões “difíceis”.
“A bola está do lado de Teerão, a quem cabe tomar as decisões que pode considerar difíceis”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, interrompendo, pelo segundo dia consecutivo, um certo otimismo instalado desde o início de março. “Há um certo número de questões difíceis que ainda estamos a tentar resolver”, acrescentou.
Segundo o porta-voz da diplomacia norte-americana, “um acordo deste tipo nunca está iminente ou é certo, e é por isso que, durante uma boa parte do ano, [os Estados Unidos] se prepararam para todas as hipóteses, para todos os cenários”, incluindo o fracasso das negociações e a morte do acordo destinado a impedir o Irão de se dotar de armas nucleares.
“Discutimos longamente alternativas com os nossos parceiros na região (Médio Oriente] e com os nossos aliados europeus, preparámo-nos muito”, salientou, sem contudo fornecer pormenores sobre um plano B.
Apenas reiterou que o compromisso do Presidente norte-americano, Joe Biden, de impedir o Irão de se dotar de armas nucleares será mantido, com ou sem acordo com Teerão.
No último ano, decorreram em Viena difíceis negociações para restaurar o acordo nuclear assinado em 2015 por Teerão e pelas potências mundiais (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU — Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido — e a Alemanha).
Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear, e o atual inquilino da Casa Branca, Joe Biden, prometeu restaurá-lo.
O Irão, com a economia asfixiada, tem apelado para o alívio das sanções, mas tem tentado resistir às duras exigências dos restante signatários.
As negociações quase chegaram a bom porto no início deste mês, antes de Moscovo exigir que o seu comércio com o Irão fosse excluído das sanções que lhe foram impostas pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia, o que lançou o caos no processo negocial.
Os negociadores terão de voltar a reunir-se na capital austríaca, não estando agora claro com que obstáculos se depararão.