O responsável por um inquérito público à morte de uma britânica por envenenamento com uma substância química prometeu esta sexta-feira uma “investigação rigorosa” ao possível envolvimento russo.
Numa audiência preliminar realizada esta sexta-feira em Londres, no edifício Royal Courts of Justice, Anthony Hughes disse que a guerra na Ucrânia aumenta a importância de “conclusões claras”.
Dawn Sturgess morreu aos 44 anos, em julho de 2018 em Amesbury, depois de entrar em contato com o agente neurotóxico Novichok, que tinha sido usado para envenenar o antigo espião russo Sergei Skripal na cidade próxima de Salisbury.
A britânica morreu no hospital após contacto com a substância num frasco de perfume encontrado no lixo, que o namorado lhe deu com presente, mas Skripal e a filha, também atingida, sobreviveram.
Na audiência preliminar, o juiz aposentado disse que o inquérito iria analisar com “assuntos variados, incluindo política internacional e ciência complexa”.
Uma investigação policial identificou dois homens russos, Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, como principais suspeitos do ataque, e um terceiro, Denis Sergeev, como cúmplice, mas a Rússia recusou a extradição.
“Um inquérito como este não conduz a um julgamento. Não pode condenar ninguém de nada, mas será necessário, a meu ver, decidir se os factos alegados estão provados ou não”, afirmou o magistrado.
O atraso das autoridades na informação necessária deverá ter impacto nos procedimentos, pelo que as primeiras audiências poderão começar só em 2023.