Já foram anunciadas as fotografias vencedoras da primeira fase da 65.ª edição do concurso da World Press Photo 2022, embora tenha sido acrescentado um twist ao modelo da competição mundial de fotojornalismo.

O medo de ir para a escola, uma sala de cinema vazia, a aflição de uma vida inteira perdida no meio das chamas, os retratos que são afinal fake news e o pulmão da América do Sul que está a morrer lentamente.

As fotografias anunciadas como vencedoras foram divididas por formato e por região, ao invés de uma avaliação feita somente com base em temas. Ásia, Europa, América Centra e do Norte, África, América do Sul e Sudeste Asiático e Oceânia: são estas as seis regiões segundo as quais foram inscritas 64.823 fotografias captadas por 4.066 fotógrafos de 130 nações.

As 24 fotos vencedoras no concurso regional, além das seis fotos com menção honrosa — uma por região — foram tiradas em 23 países diferentes. Além disso, segundo a World Press Photo, a maioria dos vencedores “também conta as histórias daqueles relacionados com eles, com 19 dos 24 projetos vencedores feitos por fotógrafos do país ou comunidade de onde vem a sua história“.

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A transição para uma abordagem ao concurso por região, como explica a World Press Photo, deve-se a uma tentativa de tentar trazer mais diversidade para o concurso. Isto porque, em 2021, apenas 7% das fotografias eram da América do Sul, 5% do Sudeste Asiático e apenas 3% dos projetos foram fotografados em África.

Temos de olhar para o concurso de um ângulo diferente. (…) O modelo do concurso deve criar uma plataforma onde uma multiplicidade de vozes podem ser ouvidas — e histórias podem ser vistas — para que possa ser uma organização que reflita o mundo”, afirmou Anna Lenna Mehr, diretora do concurso do World Press Photo, segundo o comunicado enviado ao Observador.

As fotografias são submetidas consoante a região onde são tiradas, e, no caso dos projetos com mais do que uma fotografia tirados em várias regiões — já iremos aos vários formatos adotados pela World Press Photo — deve ser escolhida a região onde foram recolhidas mais fotos ou, no caso de não haver nenhuma região que comporte a maioria do portefólio, é o próprio fotógrafo quem deve escolher o local com que pretende identificar o seu projeto.

As categorias analisadas, aplicadas às fotos de cada região, são quatro (na verdade são cinco, uma vez que todas as regiões contam com uma menção honrosa) e variam consoante o número de fotografias, desde que enquadradas numa só história. Projetos que consistam numa só fotografia são enquadrados na categoria Singles. Caso a história englobe entre três a 10 fotografias, a categoria a que vai a concurso é Stories. Já os Long-Term Projects podem ser todos os projetos que abarquem entre 24 e 30 fotografias.

A última categoria, Open Format, comporta todos os projetos que envolvam “misturas de meios de contar histórias onde o conteúdo visual principal é na mesma a fotografia”.

Cada um dos vencedores da fase regional, vai ter a oportunidade de exibir o seu projeto na exibição anual da organização, e vai receber um prémio físico além de mil euros.

Na fase final do concurso, serão selecionados de entre os vencedores regionais os melhores trabalhos, um por cada formato. O melhor trabalho de cada categoria será anunciado no dia 7 de abril.

Veja na fotogaleria acima todas as fotos vencedoras do concurso regional do World Press Photo.

Nota: todos os títulos dos projetos fotográficos foram traduzidos do original.