910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 32.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

Zelensky deu entrevista a jornalistas russos (que jornais russos não podem reproduzir) e afirmou que aceita uma Ucrânia neutral. Rússia quer dividir o país, como a Coreia. Negociações devem retomar.

Reportagem num centro comercial que foi bombardeado a poucos quilómetros do centro da cidade que é capital da Ucrânia. Estão confirmados oito mortos. A Rússia, a mando do seu presidente, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia no passado dia 24 de fevereiro de 2022. Kiev, Kyiv, Ucrânia, 21 de março de 2022. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
i

Ucrânia continua sob ataque russo há 32 dias

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Ucrânia continua sob ataque russo há 32 dias

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A guerra na Ucrânia fez este domingo no 32.º dia de conflito armado com os avanços russos sobre o território ucraniano praticamente paralisados, mantendo-se o mapa do conflito igual ao de sábado. O dia foi marcado por uma entrevista dada por Volodymyr Zelensky a jornalistas russos que está a ser censurada na própria Rússia. O presidente ucraniano está disposto a declarar a neutralidade do país, mas recusa desmilitarização e insiste na integridade do território. E confirma o plano russo (revelado horas antes pelos serviços secretos ucranianos) de dividir a Ucrânia à semelhança das Coreias.

Mapa atualizado a 27 de março

Aqui fica um ponto de situação para compreender o que aconteceu nas últimas horas. Pode também seguir os desenvolvimentos, minuto a minuto, no liveblog do Observador, que estão também a ser contados pelos enviados especiais do Observador à Ucrânia, Pedro Jorge Castro e João Porfírio.

  • O Reino Unido tentou por água na fervura depois das declarações incendiárias de Joe Biden a pedir a substituição do presidente russo. O ministro britânico da Educação, Nadhim Zahawi, diz que compete ao povo russo decidir o destino de Putin “e dos seus comparsas”.
  • O presidente francês foi mais incisivo, alertando para o efeito perverso que as palavras do presidente americano podem ter, avisando que tudo deve ser feito para evitar a escalada. “Se queremos fazer isso (alcançar um cessar-fogo e a retirada) não pode haver uma escalada nem de palavras nem de ações”, disse Emmanuel Macron.
  • Já ao final de domingo, Joe Biden veio clarificar as suas palavras, esclarecendo que não chegou a pedir o afastamento do regime do presidente russo.
  • Os serviços secretos ucranianos avisam que o plano da Rússia é dividir o país em dois, à maneira das Coreias. Segundo a denúncia de Kyrylo Budanov, chede das secretas, a linha divisória é o rio Dniepre, ficando a parte oriental (incluindo os territórios da Crimeia e as repúblicas separatistas pró-russas) sob o controlo russo e a parte ocidental onde está Lviv permaneceria independente.
  • O número de refugiados que saíram da Ucrânia não para de subir. O último balanço fala em 3,8 milhões, mas o ritmo de saídas está a baixar. Já o número de mortos civis ultrapassa os mil e entre eles estarão quase 100 crianças, de acordo com as Nações Unidas.
  • Um dos negociadores da Ucrânia anunciou nas redes sociais que as negociações diretas entre as duas partes vão ser retomadas a partir de segunda-feira na Turquia.
  • O presidente ucraniano volta a aparecer num vídeo com um discurso inflamado em inglês que é exibido no concerto solidário que foi transmitido a partir da Polónia e visto em várias cidades europeias, incluindo Lisboa. Zelsensky acusa os poderosos de “silêncio” e de terem medo que a Rússia avance mais na Europa. Diz que a Ucrânia está a lutar pela liberdade cercada de inimigos de todo o lado. Volta a pedir material militar e a união de todos contra o homem em Moscovo que começou esta guerra.
  • Salvador Sobral que venceu o único festival Eurovisão para Portugal, realizado em Kiev, entra no concerto a cantar em ucraniano.
  • A entrevista foi feita no sábado, mas só este domingo é que as agências começaram a revelar os conteúdos de uma conversa de 90 minutos por vídeo-conferência entre Zelensky e vários jornalistas russos. O presidente ucraniano diz que está disposto a negociar o estatuto de neutralidade do país, mas recusa a desmilitarização e vai tentar manter o território integral e descreve o que está a acontecer em Mariupol, a cidade cercada há várias semanas. A entrevista chegou ao ocidente, mas os media russos foram avisados pelo regulador dos media locais que não podem difundir as declarações do presidente ucraniano.
  • Os ataques russos não param durante a noite. Chegam relatos de uma grande explosão em Kiev e ataques a outras cidades.

Ao final da manhã de domingo estes eram os destaque das horas anteriores.

  • A Rússia confirmou que atacou Lviv com mísseis de cruzeiro de alta precisão e especificou os alvos atingidos: um depósito de combustível nos arredores de Lviv e uma fábrica na cidade, na qual eram feitas reparações de sistemas anti-aéreos, estações de radar e miras para tanques;
  • O presidente da câmara de Lviv classificou o ataque contra aquela cidade, que fica apenas a 70 quilómetros da fronteira com a Polónia, como uma forma de Moscovo “enviar cumprimentos” aos Estados Unidos, uma vez que Joe Biden se encontrava, naquela altura, na Polónia;
  • Depois do duríssimo discurso que proferiu ontem em Varsóvia (marcado pelo desabafo “Por amor de Deus, este homem não pode continuar no poder”, dirigido a Putin), Biden tem sido criticado por ter, com as suas palavras, azedado ainda mais as relações entre Washington e Moscovo;
  • O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também já se pronunciou sobre o discurso polémico de Biden, assegurando que Washington não tem uma “estratégia para uma mudança de regime na Rússia”;
  • O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, não acredita que Vladimir Putin pudesse ordenar um corte no fornecimento de petróleo e gás à Europa como retaliação pelas sanções impostas pelo Ocidente, uma vez que Moscovo “precisa de vender o seu petróleo e o seu gás”;
  • Depois do ataque a Lviv, a Rússia continuou a atacar a região mais ocidental da Ucrânia, lançando um ataque contra Volyn, no noroeste do país, perto da fronteira com a Polónia;
  • Também após o ataque a Lviv, num vídeo divulgado pela internet, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a deixar apelos ao Ocidente, questionando a coragem da NATO, dizendo que está “há 31 dias à espera” de aviões, tanques e sistemas anti-mísseis, e acrescentando que o Ocidente tem de “acelerar” a ajuda;
  • A autoproclamada República Popular de Lugansk, uma das duas regiões separatistas no leste da Ucrânia cuja independência foi reconhecida por Moscovo antes do início da guerra na Ucrânia, poderá vir a organizar um referendo para se juntar à Federação Russa, disse o líder da região;
  • Kiev acusou a Rússia de ter usado bombas de fósforo branco, uma arma química ilegal proibida pela Convenção de Armas Químicas de 1997, contra a cidade de Avdiivka, na região oriental da Ucrânia;
  • A Ucrânia alegou que, em 31 dias de guerra, as forças russas já tinham destruído 4.500 edifícios residenciais, 100 edifícios comerciais, 400 estabelecimentos de ensino e 150 unidades de saúde;
  • A Procuradoria-Geral ucraniana disse que já morreram 12 jornalistas desde o início da invasão russa. Dez jornalistas ficaram feridos e seis foram raptados pelas forças russas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.