O chefe da diplomacia israelita, Yair Lapid, anunciou esta segunda-feira que a Cimeira de Negev, onde Israel participa com os EUA, Bahrein, Egito, Marrocos e Emirados Árabes Unidos, deve ser um fórum para passar uma forte mensagem ao Irão.

“As capacidades compartilhadas que estamos a construir intimidam e detêm os nossos inimigos comuns. Em primeiro lugar o Irão e os seus (países) satélites, que certamente têm algo a temer”, disse Lapid no início de uma conferência de imprensa em Sde Boker, Israel.

“O que vai detê-los não é a hesitação ou a conciliação, mas a determinação e a força”, acrescentou o ministro, clarificando que esta cimeira “abre uma porta a todos os povos da região, incluindo os palestinianos, devendo substituir o caminho do terror e destruição para um futuro compartilhado de progresso e sucesso.”

“Estamos a escrever História, a construir uma nova arquitetura baseada no progresso, tecnologia, tolerância religiosa, segurança e inteligência. (…) Isso intimida, dissuade os nossos inimigos comuns, principalmente o Irão”, acrescentou Lapid.

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O chefe da diplomacia israelita falava numa conferência de imprensa conjunta com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e com os seus homólogos de países árabes que normalizaram as relações com Israel.

Os Estados Unidos e o Irão estão na fase final de negociações indiretas destinadas a recuperar o tratado nuclear iraniano de 2015 que tenta impedir Teerão de possuir armas nucleares, em troca do levantamento de sanções económicas.

Contudo, Israel não vê com bons olhos um possível acordo entre as grandes potências e o Irão, o seu arqui-inimigo, temendo que este se aproveite do pacto para obter armas nucleares de forma dissimulada.

Israel compartilha a mesma preocupação com as atividades iranianas na região que os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, duas monarquias do Golfo representadas nas negociações de Negev.

“A normalização de relações com Israel é o novo normal”, dissera o secretário de Estado norte-americano, no domingo em Jerusalém, ao mesmo tempo que o processo é criticado pelos palestinianos, por romper com décadas de consenso árabe que condiciona o estabelecimento de relações com Israel com a resolução do conflito israelo-palestiniano.